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Discurso de Melania Trump "aumenta" controvérsia na convenção republicana


Conclave dos conservadores entra no segundo dia.

O tema de hoje para os oradores da convenção do Partido Republicano dos Estados Unidos, que se realiza em Cleveland, é “fazer a América trabalhar de novo”.

Mas a palavra em inglês “work” pode também ser interpretada como funcionar.

Um significado duplo, mas que tem como objectivo colocar a ênfase na economia do país.

Desenho de Donald Trump na Convenção de Cleveland
Desenho de Donald Trump na Convenção de Cleveland

Entre os oradores para esta terça-feira, 19, encontram-se Ben Carson, o cirurgião afro-americano que participou nas primárias contra Donald Trump, e duas figuras importantes do Partido Republicano, os líderes da Camara dos Representantes e do Senado, respectivamente, Paul Ryan e Mitch McConnel.

Sem dúvida que para hoje os organizadores da convenção estarão a passar a pente fino os discursos a serem feitos depois de a mulher de Donald Trump, Melania, ter sido acusada de copiar partes de um discurso de Michelle Obama na convenção do Partido Democrata de 2008.

Este é, aliás, o grande tema nas cadeias de televisão e em muitos jornais deixando de lado os aspectos que visavam galvanizar os republicanos a unirem-se em redor à candidatura do marido.

Melania Trump afirmou que o seu marido tinha transformado “uma campanha pouco provável num movimento”, acrescentando que com o fim das primárias “a dureza (dessas campanhas) é algo que pertence ao passado”.

“Vamos unir-nos numa campanha nacional sem precedentes”, foi o apelo de Melania Trump que disse que se o eleitorado quer alguém que lute por ele “posso garantir-vos que ele (Donald Trump) é essa pessoa”.

Entretanto, a controvérsia em redor do seu discurso e o alegado plagio faz com que o primeiro dia da convenção tenha sido algo que a campanha de Trump queria a todo o custo evitar.

Rebelião na segunda-feira

A tarde de segunda-feira foi abalada por uma breve "rebelião" de delegados que se opõem a Donald Trump, causando caos perante as câmaras de televisão numa altura em que Trump tenta apresentar-se como unificador do partido.

A disputa ocorreu quando um grupo de delegados tentou forçar uma votação aberta sobre as regras da convenção , tema que é geralmente resolvido nos corredores antes do início do conclave.

Os “rebeldes” querem que os delegados sejam livres para votar em consciência e que as regras para as próximas eleições sejam mudadas de modo a que todas as eleições primárias sejam limitadas a membros do Partido Republicano.

A ser adoptada, esta norma proibiria a participação nas primárias de eleitores independentes, que, na actual contenda, constituíram uma força avassaladora a favor de Trump.

À luz do regulamento actual, a esmagadora maioria dos eleitores que representam os Estados são obrigados a votar no candidato que venceu as primárias nos referidos Estados.

O pedido de uma votacao aberta sobre as regras da convenção foi também vista por alguns analistas como uma tentativa de dar uma oportundade aos opositores de Trump argumentarem contra a sua nomeação.

Quando o pedido foi rejeitado pelo presidente da convenção, os delegados do Colorado abandonaram o recinto.

Em caso de votação, era pouco provável que os opositores conseguissem os votos necessários para mudar as regras, mas iria, sem dúvida, demonstrar na prática a oposição que existe dentro do Partido Republicano à nomeação de Trump.

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