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Diretor do Instituto do Rim vê falta de transparência na gestão das hemodiálises


Imóvel, onde funciona centro de hemodiálise, apreendido em Benguela
Imóvel, onde funciona centro de hemodiálise, apreendido em Benguela

Em resposta à apreensão do imóvel projetado para centro de hemodiálise do Hospital Geral de Benguela, no passado dia 24, o presidente do Instituto Angolano do Rim, Jesus Rasgado, alerta que a necessidade de unidades públicas é um discurso que serve para viabilizar a entrada de estrangeiros num negócio que rouba espaço a nacionais.

Responsável por uma organização que espera receber do Estado mais de 9 mil milhões de kwanzas (cerca de 16 milhões de dólares), Rasgado acredita que a unidade apreendida pela Procuradoria-geral da República por suspeita de peculato e usurpação de imóvel vá parar às mãos de uma empresa que gere os serviços de hemodiálises em várias províncias.

O diretor do Gabinete Provincial de Saúde, António Manuel Cabinda, escusou-se a comentar o assunto por, segundo disse à VOA, foi tratado a nível das estruturas centrais.

É com este argumento que o presidente do Instituto Angolano do Rim diz ser falsa a ideia de centros públicos nas províncias de Luanda, Moxico, Huambo, Huíla e Cabinda.

“É um argumento falso do Ministério, não existe, é mentira. O mais grave é que se está a tirar ao angolano para enriquecer o estrangeiro, numa altura em que se fala em empreendedorismo e empregos. Tudo fica com a Acail, que está também na gestão dos centros militares’’, afirma o presidente.

Jesus Rasgado vê falta de diálogo entre o Ministério da Saúde e parceiros e avança com sugestões.

‘’O Estado deve preocupar-se com os doentes agudos, é assim em qualquer parte do mundo. Os crónicos … aí já entra a prestação de serviços, o Estado paga’’, aponta Rasgado.

O imóvel, orçado em 200 milhões de kwanzas (cerca de360 mil dólares), foi construído na gestão do ministro José Van-dúnem, citado pelo Novo Jornal como um dos suspeitos neste processo de investigação patrimonial, que determina ainda a apreensão do equipamento ali adstrito.

Contatado pela VOA, o diretor do Gabinete Provincial de Saúde, António Manuel Cabinda, disse que o assunto foi tratado a nível das estruturas centrais, tanto na PGR como no seu ministério, o fiel depositário do imóvel.

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