Moçambique assinala a quinzena dos direitos humanos assumindo que do ponto de vista de legislação sobre esta questão o país avançou muito, mas em termos práticos, a situação é bastante grave.
O mundo assinala nesta sexta-feira, 10, o Dia Internacional dos Direitos Humanos, e o presidente da Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), Luís Bitone, lamenta que "vários actores ainda não compreendam a dimensão dos direitos do homem em Moçambique".
Aquele activista anota que apesar de Moçambique possuir uma legislação alinhada com aos padrões internacionais, "em termos de implementação no terreno, ainda estamos longe daquilo que é esperado".
"Precisamos de acções muito enérgicas para tornar os direitos humanos uma realidade, e um dos problemas que nós temos é que vários actores ainda não percebem a dimensão dos direitos humanos como uma dimensão que deve ser respeitada", acrescenta.
Para o presidente da CNDH, a guerra em Cabo Delgado e a pandemia estão a contribuir para constantes violações dos direitos dos cidadãos
Entretanto, o director do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), Adriano Nuvunga, diz que o governo moçambicano tem falhado na proteção dos direitos humanos na província de Cabo Delgado, no contexto dos ataques armados e do desenvolvimento de projectos da indústria extractiva.
Por seu turno, o analista Moisés Mabunda, entende que as violações dos direitos humanos em Moçambique não resultam apenas de acções militares, "porque nas actuações da polícia, ouvimos várias vezes, falar de balas perdidas e excesso de violência".