A directora da Policia Judiciária (PJ) de São Tomé e Príncipe, Maribel Rocha, rejeitou a acusação do Procurador Geral da República (PGR), que acusou a polícia científica de ter usurpado os poderes do Ministério Público ao deter o antigo ministro das Finanças, Comércio e Economia Azul, Américo Ramos, na semana passada.
Rocha disse, no fim de semana, que a detenção do ex-ministro foi validada pelo próprio Ministério Público, que a mesma acusa de ter posto em liberdade o ex-ministro das Obras Públicas, Carlos Vila Nova, por alegada imunidade parlamentar inexistente.
“Pergunta-se onde está a usurpação de poderes do Ministério Público por parte da Polícia Judiciária”, afirmou Maribel Rocha face aà acusação do PGR na sexta-feira, 5, Kelve Nobre de Carvalho.
Quanto à proibição de viajar aplicada ao ex-ministro Carlos Vila Nova, a directora da PJ afirmou-se surpresa "por saber que o Ministério Público aplicou Termo de Identidade e Residência como fundamento de que Carlos Vila Nova é deputado e goza das imunidades atribuídas aos deputados, quando é de todos sabido, que a competência para declarar estatuto de deputados em exercício de funções, cabe exclusivamente a Assembleia nacional”.
A directora da PJ revelou ainda que "no âmbito da queixa-crime apresentada nesta polícia, onde, vem indiciados alguns dos ex-ministros do Governo cessante e após análise detalhada da denúncia apurou-se que existem indícios mais que suficientes dos suspeitos na prática de crimes de participação económica e negócios, enriquecimento ilícito, corrupção passiva para acto ilícito e branqueamento de capitais”.