O director interino da rádio privada Galáxia de Pindjiguiti, Tiano Badjana, encontra-se escondido desde ontem, depois de um grupo de homens armados, com uniforme policial, ter invadido a estação “com o objectivo de detê-lo”.
Uma fonte da VOA, que preferiu o anonimato por medo de represálias, revelou que o jornalista está seguro, mas teme pela sua vida e da família.
A invasão da rádio por parte de homens armados está relacionada com uma notícia sobre o alegado desvio de uma grande quantidade de droga apreendida numa operação policial.
Segundo a Galáxia de Pindjiguiti, o caso terá envolvido o secretário de Estado da Ordem Pública, Augusto Cabi.
Numa conversa não gravada, uma fonte da emissora disse, no entanto, que Tiano Badjana não foi quem apresentou o jornal e nem esteve na estação durante todo ao dia de ontem.
Contactado pela VOA, o bastonário da Ordem dos Jornalistas, António Nhaga, acredita que o director interino da Galáxia de Pindjiguiiti foi apanhado no meio de uma guerra interna, envolvendo altos responsáveis do Ministério do Interior sobre o desvio de uma grande quantidade de droga que havia sido apreendida numa operação policial.
"Há uma guerra interna. Por isso, quando surgiu aquela informação na Rádio Pindjiguiti pensou-se que a imprensa foi paga para branquear a verdadeira história do tráfico de droga", afirmou Nhaga.
Ele visitou o jornalista, disse que está bem, mas lembrou que ninguém pode estar bem quando os seus direitos são privados.
E, com este novo episódio, o bastonário da Ordem dos Jornalistas diz que a relação entre o actual poder político e a imprensa é "péssima".
"É uma relação péssima e continua a degradar-se mais. Há exemplos claros: espancamento de jornalistas e destruição de rádio. Isso quer dizer que a relação entre os governantes deste país e a imprensa está a degradar-se progressivamente", lamentou António Nhaga..
Por seu lado, a presidente do Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social, Indira Correia Baldé, afirma estar ao corrente e "preocupada com a situação".
Sobre o caso, ainda não houve qualquer reacção por parte do Ministério do Interior.
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