O director do FBI, James Comey, disse à Comissão de Inteligência da Câmara dos Deputados nesta segunda-feira, 20, não haver provas de que o antigo presidente Barack Obama tenha ordenado qualquer tipo de escutas no Trump Tower, o quartel-general da sua campanha eleitoral.
"Não temos nenhuma informação que apoie os tweets de Trump", afirmou Comey à Comissão de Inteligência da Câmara dos Deputados.
Na audição que decorre há horas, James Comey revelou, por outro lado, que a agência está a investigar uma eventual interferência da Rússia na campanha eleitoral americana.
Questionado pelos congressistas sobre detalhes, Comey lembrou que a investigação é classificada e que ele não podia avançar mais.
Ele adiantou, no entanto, que foi autorizado pelo Departamento de Justiça a confirmar que a investigação inclui qualquer ligação entre membros da campanha Donald Trump e o governo russo, inclusive se houve alguma coordenação entre direcção da camapnha e a Rússia".
O debate
A declaração de Comey confirmou semanas de informações divulgadas pela imprensa americana segundo as quais o FBI investigava a explosiva acusação de que a surpreendente vitória de Trump sobre a democrata Hillary Clinton em Novembro contou com a ajuda da Rússia.
As agências americanas de inteligência concluíram em janeiro que o presidente russo, Vladimir Putin, esteve por trás das tentativas de interferência.
Entretanto, não avançaram estar a examinar os laços entre os integrantes da campanha de Trump e funcionários russos.
O chefe da comissão, o deputado republicano Devin Nunes, iniciou a primeira audiência pública sobre o tema afirmando que este painel "não havia visto evidências até à data de que membros da campanha conspiraram com agentes russos".
Mas o democrata Adam Schiff detalhou uma lista de supostos vínculos e comunicações entre a equipa de Trump e a Rússia.
"É possível que todos estes eventos e relatos sejam completamente desconexos e apenas uma infeliz coincidência? Sim, é possível", disse.
"Mas também é possível, talvez mais que possível, que não sejam uma coincidência, que não estejam desconectados e não sejam desconexos", acrescentou Schiff.
Recorde-se que ex-chefe de inteligência dos Estados Unidos James Clapper já tinha negado a acusação do Presidente americano contra o seu antecessor.