Links de Acesso

BAD: TotalEnergies pode reiniciar o projecto de gás em Moçambique em 18 meses


Akinwumi Ayodeji Adesina, presidente do Banco Africano de Desenvolvimento
Akinwumi Ayodeji Adesina, presidente do Banco Africano de Desenvolvimento

Akinwumi Adesina não espera que a interrupção afecte a viabilidade de longo prazo do projecto de GNL

O projecto de gás natural liquefeito (GNL) da TotalEnergies em Moçambique poderá ser retomado, nos próximos 18 meses, após o destacamento de exércitos de países africanos para ajudar a combater a insurgência, disse, nesta sexta-feira, 27, o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

O gigante francês de energia interrompeu o projecto de 20 mil milhões de dólares em Abril, depois de combatentes ligados ao Estado Islâmico invadirem a vila de Palma, na província de Cabo Delgado.

Na época, estimou-se que tal medida atrasaria a continuidade em, pelo menos, um ano.

Tropas do Ruanda e a Força em Estado de Alerta da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) foram destacadas para apoiar as forças moçambicanas a conter a insurgência em Junho e desde então há notícias de avanços contra os insurgentes.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que o exército está agora a retomar o terreno em Cabo Delgado.

No mês passado, as forças de segurança de Moçambique e do Ruanda recuperaram a cidade portuária de Mocímboa da Praia, anteriormente um reduto dos insurgentes.

O presidente do BAD, Akinwumi Adesina, disse à Reuters não esperar que a interrupção afecte a viabilidade de longo prazo do projecto de GNL.

“O regresso da segurança àquele local dará garantias para a Total e outros voltarem”, disse Adesina, acrescentando que “de um ano a 18 meses, espero, que esteja estabilizado o suficiente para voltar aos trilhos".

A TotalEnergies não comentou ainda o pronunciamento de Adesina.

O BAD emprestou 400 milhões de dólares ao projecto, que é o maior investimento directo estrangeiro em África e pilar da estratégia de desenvolvimento económico de Moçambique.

“Ficamos realmente preocupados quando a Total declarou o caso de força maior e teve de se mudar. Mas dá para entender, por causa da situação de insegurança”, acrescentou o presidente do BAD.

Por outro lado, Akinwumi Adesina reconheceu que a insegurança ainda restringe investimentos noutras partes da África, apontando para zonas de conflitos no Chade, Mali, Burkina Faso, norte da Nigéria e Camarões.

Ele disse que o BAD está da criar facilidades, incluindo títulos de investimento indexados à segurança, para ajudar os países africanos a combater a insegurança e reconstrução após a agitação.

“Sem segurança, você não pode ter investimento e não pode ter desenvolvimento”, conclui.

XS
SM
MD
LG