O Senado brasileiro aprovou nesta quarta-feira, 31, por 61 votos a favor e 20 contra a impugnação da Presidente brasileira Dilma Roussef.
Ela foi condenada por crimes de responsabilidade fiscal e por ter contraído empréstimos sem autorização do Congresso Nacional.
A decisão foi tomada na primeira votação do julgamento final do processo.
A pedido de senadores aliados de Dilma Rousseff, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, decidiu realizar duas votações, uma sobre a cassação do mandato e outra sobre a sua inelegibilidade para cargos políticos até 2027.
A segunda votação ainda não foi realizada, mas o resultado deve ser idêntico ao da primeira.
Ainda hoje, oficiais de Justiça notificarão a ex-Presidente e o Presidente em exercício sobre o resultado do julgamento e Michel Temer deve ser empossado Presidente da República ainda nesta quarta-feira, em sessão do Congresso Nacional que será realizada no plenário da Câmara dos Deputados.
Impugnações
Esta não é a primeira vez que um Presidente da República sofre um processo de impugnação no Brasil.
Em 1992, o ex-Presidente Fernando Collor foi condenado por crime de responsabilidade por ter utilizado cheques fantasmas para o pagamento de despesas pessoais, como a remodelação na Casa da Dinda, residência em que morava em Brasília, e a compra de um carro Fiat Elba.
Collor renunciou antes da votação final pelo Senado, mas mesmo assim o processo continuou.
Actualmente senador pelo Estado de Alagoas, ele votou a favor da impugnação de Dilma Rousseff.
Além de Collor e Dilma, todos os ex-presidentes da República desde a redemocratização do país foram alvo de pedidos de impugnação, mas apenas os dois tiveram o processo activado pelo poder legislativo.