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Dificuldades aumentam no seio de famílias no interior de Malanje


Mulheres na aldeia de Mufuma Cambuze, Malanje, clamam por melhores condições de vida, Angola
Mulheres na aldeia de Mufuma Cambuze, Malanje, clamam por melhores condições de vida, Angola

As dificuldades sociais continuam a afectar as famílias dos principais centros urbanos e das comunidades rurais da província angolana de Malanje.

Na periferia da capital, zona do Kafukufuku, Maria Sachipe, moradora a 23 anos, diz que, além da fome que grassa a família, há questões básicas que as autoridades devem solucionar.

“A dificuldade desse bairro, a primeira coisa é a água, tem muita falha de água. As ruas estão inundadas com águas pluviais e há [muita] bandidagem”, lamenta, acrescentando que “não tem energia”.

“Vê esses candeeiros, só este candeeiro é que tem iluminação, os outros não têm, está podre essa estrada, os carros não conseguem andar”, reforça.

Na aldeia Mufuma Cambunze, município de Kiwaba Nzoji, com mais de 200 pessoas, os agricultores familiares clamam por água potável, escola e posto de saúde.

Maria Pedro diz que para marcar e ter acesso a uma consulta caminha "16 a 17 horas a pé”.

Por outro lado, os alunos só estudam até a quarta classe, as escolas do I e II ciclo do ensino secundário estão a 15 quilómetros da localidade.

A autoridade tradicional da circunscrição Jorge Gomes garante que as autoridades municipais estão ao corrente da situação.

“Está a faltar água canalizada, o Governo nos meteu um fontanário no ano passado, mas ainda não concluiu. A água, temos nascentes de rios que estão a três e quatro quilómetros do bairro, e temos fontes onde a tirar [água], nos faltam escolas. Nós próprios moradores do bairro conseguimos construir duas salas de aula e o Governo nos ofereceu chapas, mas sem carteiras [e cadeiras]”, afirma.

As mulheres agricultoras também sofrem com o transporte dos produtos agrícolas do campo para as aldeias, já que muitas lavras estão em zonas íngremes e abaixo do nível médio do mar.

“É tudo na cabeça”, diz uma delas.

O Governo provincial não reagiu ao pedido de comentários da VOA.

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