A comissão mista que prepara o encontro entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, continua a dizer que os trabalhos decorrem de forma cordial e que há avanços no trabalho.
Entretanto, nem a data, nem o local de realização foram anunciados e há muitos observadores e sectores da sociedade Moçambique que começam a demonstrar algum cepticismo.
Este sentimento baseia-se na falta de mudanças nas posições defendidas tanto pelo Governo como pela Renamo relativamente ao diferendo que os opõe.
Alguns analistas interrogam-se sobre o que mudou do lado do Governo que o leve a aceitar entregar à Renamo, por exemplo, a gestão das províncias onde reclama vitória nas eleições gerais de 2014, bem como o que mudou do lado do partido de Afonso Dhlakama para que aceite entregar, de facto, as armas.
Esta semana, Afonso Dhlakama veio a público reiterar a exigência da Renamo relativa à governação das seis províncias, afirmando que "queremos que a Frelimo aceite que a Renamo nomeie governadores para essas províncias".
Entretanto, há quem se manifeste optimista, tendo em conta a forma como têm decorrido os encontros da comissão mista e afirme que o pronunciamento do líder da Renamo faz parte da pressão que exerce sobre o Governo para pôr termo à tensão político-militar no país.