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Dia da Rádio em Angola: privadas lutam por patrocínios e comunitárias à espera


Legislação não permite rádios comunitárias
Legislação não permite rádios comunitárias

Celebra-se a 13 de Fevereiro o Dia Mundial da Rádio, o meio de comunicação que ainda é considerado o mais ouvido e que chega a todo o mundo.

Angola é o único país da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que não permite a abertura de rádios comunitárias e alguns promotores desse tipo de meio de comunicação desesperam-se.

No sector das rádios comerciais, o desafio é encontrar patrocinadores para sobreviver e levar os dirigentes do país a falar, num país onde a rádio pública é ainda dominante.

Dia da Rádio em Angola: emissores privadas lutam por patrocínios e comunitárias na lista de espera - 2:00
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A 3 de Maio do ano passado, no Dia da Liberdade de Imprensa, o ministro da Comunicação Social, João Melo, anunciou a abertura "para breve" de 15 rádios privadas, sem revelar os seus promotores.

Apesar de a legislação angolana não prever a criação de rádios comunitárias, mas apenas comerciais, Melo terá prometido encontrar uma forma para o surgimento desse tipo de meios de comunicação.

Capita Inga, porta-voz de um grupo de 50 moradores dos bairros do Zango I, em Viana, Luanda, encontrou-se com João Melo a quem apresentou o projecto de uma rádio comunitária.

O ministro, como Inga revela à VOA, prometeu realizar de um encontro para encontrar uma alternativa à legislação.

"Depois da promessa, foi realizado um conselho em Setembro, mas nós não fomos tidos nem achados, e o processo ficou assim", garante aquele activista.

Os promotores elaboraram os estatutos e fizeram contactos para colocar em pé "uma rádio na região do Zango 1, que cresce muito, para dar voz àqueles que não têm voz, que não têm acesso às rádios pública e comerciais".

A VOA falou com mais dois promotores de rádios comunitárias que têm projectos na gaveta à espera de melhores dias.

No mercado privado, as rádios comunitárias vão resistindo à medida que procuram patrocínios.

Aliás, é a "única alternativa num mercado ainda incipiente", como afirma João de Almeida, director da rádio MFM.

"Quando falamos da sobrevivência das rádios, da publicidade advém mais da venda de espaço para as igrejas anunciarem as suas actividades do que produtos comerciais e também da venda de espaços para empresas divulgarem os seus produtos", acrescenta Almeida, lembrando que o Governo não dá qualquer tipo de subsídios às rádios

João de Almeida aponta outro desafio: levar os dirigentes do país a darem entrevista, o que tem obrigado as rádios privadas a optarem por espaço de opiniões.

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