A missão integrada por observadores nacionais, personalidades, embaixadores e jornalistas e que vai encontrar-se com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, foi adiada para amanhã.
Inicialmente prevista para hoje, a deslocação apenas acontece na quinta-feira, dia em que Dhlakama deverá deixar o local onde se encontra em Gondola.
A VOA sabe que já se encontram em Chimoio, capital da província de Manica, a representante da liga dos direitos humanos Alice Mabota e Brazão Mazula, antigo reitor da Universidade Eduardo Mondlane e primeiro presidente da Comissão Nacional de Eleições depois do acordo de paz de 1992.
A equipa de observadores nacionais é esperada na Beira.
Em Chimoio, encontram-se acampados 16 jornalistas que foram convidados para presenciar a saída de Afonso Dhlakama do esconderijo.
Em entrevista ao jornal O País, divulgada hoje, o presidente da Renamo confirma encontrar-se em Gondola, “não na vila” e “bem de saúde”.
“Em menos de um mês, tentaram acabar com a minha vida, mas, porque Deus é grande, não foi possível, porém, morreram meus seguranças”, disse Afonso Dhlakama, reiterando que “por razões de segurança” não pode andar para nenhum sítio.
Dhlakama garante não ter intenções de voltar à guerra porque se o quisesse “podia ter incendiado Moçambique”.
Além disso, na entrevista disse não querer vingar-se dos ataques.
“Sou um ser humano, tenho família, tenho filhos, os meus filhos, por eu estar no mato, ligam todos os dias a chorar. Mas eu não sou escravo da Frelimo”, adiantou o presidente da Renamo, que concluiu dizendo que vai continuar “porque é preciso que Moçambique continue a ter um homem como Dhlakama”.