São elevados os números de crianças fora do sistema de ensino ou em risco de abandono escolar na Huíla, segundo um estudo do Centro de Investigação e Desenvolvimento da Educação (CIDE) afeto ao Instituto Superior de Ciências da Educação, (ISCED).
A condição de extrema pobreza de muitas famílias, as questões culturais e a distância em muitos casos que separa a casa da escola, levando alunos a percorrerem longas distâncias para chegar a escola são os factores apontados pelo estudo.
Hélder Baú do Centro de Investigação e Desenvolvimento da Educação, lembra que apesar de se constatar ainda um défice na construção de escolas, para uma melhor educação sobretudo no ensino de base o aumento do número de salas não basta.
“Estamos a falar de zonas periféricas onde o nível dos alunos em termos de apreensão de conhecimentos é muito baixo, podemos olhar para as taxas de reprovação e a frequência dos próprios alunos a nível da escola a assiduidade dos alunos e professores”, disse.
O número de crianças fora do sistema de ensino na Huíla ascende aos 50.000 e a seca dos últimos anos pode ter agravado ainda mais a situação sobretudo nas zonas mais afectadas.
Para o secretário provincial do SINPROF, na Huíla, João Francisco, o nível de aproveitamento das crianças não pode estar dissociado da estabilidade social das famílias, muito afectado por exemplo no ano lectivo em curso prestes a terminar.
“Significa que este ano prevê-se um défice negativo muito grande em relação aos resultados por causa da situação conjuntural que nós vivemos”, disse
O governo da Huíla já admitiu por várias vezes a necessidade de investimentos no ensino primário, numa altura em que a província prepara-se para incorporar no âmbito do concurso público da educação de 2019 mais de quatrocentos professores para somar aos mais de 18 mil actuais.
O ano lectivo de 2019 no ensino geral encerra no corrente mês de Novembro.