O Serviço de Investigação Criminal (SIC), de Angola, deteve no domingo, 28, o presidente e o vice-presidente da União para Independência de Cabinda, Maurício Gimbe e André Bonzela.
A confirmação foi avançada à VOA por Arão Bula Tempo, advogado dos ativistas.
Eles foram detidos, segundo Bula Tempo, na rua, alegadamente, por terem colado panfletos com dizeres que apelavam para o fim da guerra em Cabinda, a necessidade do diálogo e a separação do enclave do território angolano.
“Eles não foram presos em flagrante delito, o que é ilegal”, reiterou o advogado, lembrando que a prisão está assente “em fatos que atentam contra a liberdade de opinião”.
Nos folhetos em posse das autoridades e a que VOA teve acesso lê-se “Abaixo as armas, abaixo a guerra em Cabinda”, “Cabinda não é Angola”, “Queremos diálogo”, entre outros dizeres.
Os dois ativistas ainda não foram indiciados, mas serão presentes amanhã, 30, ao Ministério Público para o primeiro interrogatório.
Recorde-se que Maurício Gimbi é fundador e presidente do Movimento Independentista de Cabinda (MIC) e responde por diversos processos-crimes em que é acusado por ultraje ao Estado angolano.
Ele foi recentemente posto em Liberdade, mas aguarda por julgamentos por ter organizado uma marcha para protestar contra o que considera “colonização angolana em Cabinda”.