O Programa Mundial para a Alimentação (PMA) alerta que a desnutrição crónica continua alta entre as crianças em Moçambique, um país onde cerca de 360 mil pessoas poderão ficar sem acesso a alimentos, entre Outubro próximo e Março de 2018, por fracos rendimentos nas suas colheitas.
Aquela agência humanitária das Nações Unidas, lançou na quarta-feira, 13, em Maputo, o seu Plano Estratégico de cinco anos para Moçambique, destinado a garantir que as pessoas tenham acesso a alimentos nutritivos, ajudando-as também a tornarem-se mais resilientes a choques climáticos.
A directora nacional do PMA em Moçambique, Karini Manente, disse à VOA que o plano, orçado em 167 milhões de dólares, está alinhado com a Agenda de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para o ano 2030, e a sua elaboração foi o culminar de dois anos de consultas em todo o território moçambicano.
Manente explicou que nessas consultas foram identificadas as principais prioridades nacionais de desenvolvimento, entre as quais a resiliência a choques climáticos, o combate à desnutrição crónica e toda a cadeia da comercialização.
"A insegurança alimentar que andava à volta de 50 por cento há 15 anos, actualmente situa-se em 25 por cento da população afectada. Mas a desnutrição crónica continua alta entre as crianças. Baixou um pouco, de 48 por cento há 10 anos, para 43 por cento. Portanto, houve uma certa melhoria mas não suficientemente", considerou Karini Manente.
Entretanto, para a activista social moçambicana, Graça Machel, a desnutrição nem sempre é problema de produção.
Às vezes é problema de consumo e de educação.
Para a antiga primeira-dama, "este país importa quase todo o leite que consumimos; mesmo em distritos onde há muito gado, não tiramos o leite e nem fazemos queijo para das às crianças, são hábitos que nós temos que começar a confrontar".
O Plano Estratégico concentra-se na erradicação da desnutrição crónica entre as crianças em áreas de insegurança alimentar e na melhoria dos meios de subsistência dos pequenos produtores.