Organizações internacionais ligadas à desminagem avisaram que começa a faltar financiamento para a continuação do processo em Angola e que neste momento apenas os Estados Unidos, Japão e Suíça apoiam estas operações.
O alerta foi lançado, no último fim-de-semana, na cidade do Huambo, por três Organizações Não-Governamentais (ONG) estrangeiras: The Halo Trust, MAG (Mines Advisory Group) e Ajuda Popular da Noruega.
As três ONGs declararam que entre 2008 e 2015 o apoio internacional à desminagem humanitária registou uma redução de 89 por cento do trabalho no terreno.
Segundo elas, 1.858 campos minados, que resultaram da guerra civil, estão hoje limpos, o que representa 56,4% da meta para tornar Angola livre de minas até 2025. Restam 1.435 campos, de dimensões variáveis, por intervencionar.
A declaração reconhece que "o Governo de Angola tem financiado significativamente a desminagem. mas devido à drástica queda na economia, os orçamentos estão sofrendo cortes".
A declaração foi feita numa altura em que passam 20 anos após a princesa Diana de Gales, em vista ao Huambo, a 15 de janeiro de 1997, declarar a desminagem em Angola como objectivo internacional.
“A guerra civil terminou em 2002, contudo, as minas terrestres continuam a causar o medo, lesões e mortes, e restringe o acesso seguro à terra e outros recursos. Até agora, Angola continua sendo um dos países mais minados do mundo", sublinham as três ONGs.
O analista a antigo presidente do PDP-ANA, Sediangani Mbimbi disse que a desminagem devia ser encarada como “um problema de segurança nacional” e acusa o Governo de não ter resolvido a situação em tempos de estabilidade económica e financeira.
Mbimbi diz que uma eventual paralisação das desminagem será catastrófica para o país .