Alguns analistas defendem que o processo de desmobilização dos guerrilheiros da Renamo, cujo registo teve início esta segunda-feira, 29, deve ser acompanhado por políticas de inclusão, que permitam uma verdadeira reconciliação entre os moçambicanos.
O arranque do registo dos homens armados da Renamo foi anunciado pelo Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, considerando-o um desenvolvimento político-militar muito importante para a estabilidade do país.
Mas para o reverendo Lucas Moiane, sem políticas reais de inclusão, o processo de desmobilização do braço armado da Renamo, não vai puder contribuir para a estabilidade de Moçambique.
"Este vai ser um processo complexo, cuja aplicação deve ser feita com muita prudência", considera o analista Calton Cadeado, sublinhando que para muitas pessoas, trata-se de começar uma nova vida a partir do zero.
Entretanto, receia-se que o surgimento da chamada Junta Militar da Renamo possa colocar em causa o processo de desmilitarização do partido.
Contudo, para o antigo estadista moçambicano, Joaquim Chissano, isso não vai impedir o país de realizar eleições, porque mesmo se não existissem desertores da Renamo e se faça todo o desarmamento, pode-se dar o caso em que ainda existam armas por aí fora.