As qualidades das lideranças locais têm influência no desenvolvimento local, defendeu no Lubango o especialista em políticas de desenvolvimento, Sérgio Calundungo.
O também docente universitário é de opinião que a qualidade das lideranças locais e o consequente desenvolvimento só poderão ser impulsionados com a implementação das autarquias em Angola.
“Eu acho que o desenvolvimento também depende da qualidade das lideranças locais. Por mais brilhantes que sejam os cérebros de quem dirige a nível nacional se não houver qualidade das lideranças locais não vamos falar de desenvolvimento daí também enfatizo a ideia das autarquias.”
O especialista em políticas de desenvolvimento dissertava recentemente no Lubango no seminário sobre as autarquias e o desenvolvimento local, uma iniciativa da ONG e Associação Construindo Comunidades, ACC.
Sérgio Calundungo não tem dúvidas que para se começar a esbater as assimetrias ainda evidentes nas várias regiões do país a implementação das autarquias seria um passo importante neste sentido.
Calundungo aponta por exemplo o actual modelo de indicação de governadores provinciais como contra-producente, aos desafios de melhorias que se pretendem.
“Nós temos 18 governadores quem indica os governadores? Nós sabemos. A quem os governadores prestam contas? Também sabemos. Que interesses os governadores representam? Isto é legítimo, mas é situação actual que eu acho que provavelmente o poder autárquico iria mudar”.
Para o magnífico reitor da Universidade Mandume Ya Ndemufayo, Orlando da Mata, as autarquias locais são um imperativo da constituição, cuja implementação obedece a um caminho importante a percorrer.
“As autarquias locais deverão ter em atenção a competitividade e a sustentabilidade económica ainda que importa salientar há ainda um caminho importante a percorrer relacionado a todo o enquadramento legislativo e financeiro para a sua implementação.”
O reitor da Universidade Mandume Ya Ndemufayo em representação do governador da Huíla, João Marcelino Tchipingui.