João Marcos
Em Benguela, centenas de famílias desalojadas em consequência das chuvas podem ficar no Camuringue mais tempo do que os quatro meses definidos pelo Governo para o realojamento definitivo. A menos de 60 dias da prometida transferência, Isaac dos Anjos tem dúvidas quanto à modalidade para a construção das casas numa das urbanizações do Lobito.
Até há bem pouco tempo era uma certeza de que as famílias receberiam alicerces para a construção das suas próprias moradias, mas agora surgem duas novas hipóteses.
É já um dado adquirido que o Governo de Benguela está a construir 370 bases para a construção de casas numa urbanização que dista 30 quilómetros da cidade do Lobito. Setenta alicerces serão distribuídos a famílias que aí se encontram há já vários anos, em condições desumanas, e as restantes ficarão para os sinistrados.
Em direcção o Camuringue, o centro de concentração provisória, estão mais 60 famílias, abrigadas por parentes na sequência das enxurradas do passado mês de Março. O Governo provincial diz que está encerrada toda a campanha ligada às cheias, mas não dá resposta a uma inquietação levantada por um agente da autoridade tradicional.
Há dois meses, o governador Isaac dos Anjos tinha a certeza de que cada família construiria a sua própria casa, mas diz estar à espera de Luanda.
Anjos admite que as famílias sinistradas venham a sair das tendas só depois do mês de Junho.
O Estado vai gastar um milhão e 200 mil Kwanzas, cerca de 12 mil dólares, em cada uma das bases para a construção de casas na urbanização em causa, que terá todos os serviços sociais inerentes à sobrevivência humana.