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Desalojados de Areia Branca convivem com doenças, abandono e mortes há três anos


Foto de Arquivo
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SOS Habita, que tem ajudado os desalojados, denuncia perseguição da segurança do Estado angolano.

Três anos após terem sido expulsos da Areia Branca, nos arredores de Luanda, e demolidas as suas casas, os antigos moradores continuam a viver numa zona precária, entre duas valas de drenagem e um depósito de lixo. Todos os dias morrem pessoas e as crianças são as principais vítimas de mordeduras de ratazanas que abundam o local.

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Cerca de 700 famílias fixaram residência numa lixeira entre duas valas de drenagem, na Samba, desde 2012, altura em que o Governo demoliu as suas casas no bairro da Areia Branca. A zona conhecida como Povoado não possui nenhumas condições de habitabilidade.

“Vivemos entre duas valas de drenagem, um local que é um depósito de lixo, então temos tido variadíssimas doenças que resultam sempre em óbitos", conta José Chivia, coordenador dos moradores do bairro do Povoado, que assegura serem as crianças as principais vítimas, devido sobretudo a mordeduras de ratazanas.

Segundo Chivia, “a situação é degradante”, já que a maioria dos moradores não trabalha, porque muitos ficaram sem emprego durante as demolições”.

A organização não governamental SOS Habitat, que tem procurado ajudar os moradores de Povoado, queixa-se de sofrerem perseguições por parte de elementos da segurança do estado.

"Eles nos perseguem talvez pelo impacto do nosso trabalho, somos vítimas de perseguição constante no carro, na nossa sede, em casa e nós tememos pelas nossas vidas em função do histórico recente do país", denuncia Rafael Morais, coordenador da SOS Habitat, que já apresentou queixa das perseguições à polícia.

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