A Polícia de Intervenção Rápida (PIR) da Guiné-Bissau usou granadas de gás lacrimogéneo para impedir os deputados da coligação PAI-Terra Ranka de entrarem no edifício da Assembleia Nacional Popular (ANP) para participar na sessão legislativa convocada para esta quarta-feira, 13.
O porta-voz do grupo, o deputado do PAIGC Armando Mango, disse aos jornalistas em conferência de imprensa na sede daquele partido, que a polícia "deteve alguns dirigentes”, depois de ter disparado gás lacrimogéneo para o ar durante cerca de 30 minutos contra os parlamentares.
"Viram que fomos recebidos com gás lacrimogéneo, mas isso não nos espanta porque nós estamos determinados a representar o nosso povo porque temos a convicção de que neste país deve reinar o Estado de Direito democrático”, afirmou Mango, quem prometeu uma "reação face a esta atuação e a sua consequente responsabilização".
"Nós, enquanto representantes do povo, achamos que devemos continuar a trabalhar porque a Assembleia não foi dissolvida”, sublinhou o prota-voz da coligação maioritária que reiterou a ilegalidade da decisão do Presidente da República que foi "uma tentativa de dissolução” do Parlamento, segundo ele deve continuar a funcionar.
O presidente da ANP, Domingos Simões Pereira, convocou para hoje uma sessão do Parlamento por considerar que a dissolução do órgão foi ilegal.
Ontem, o Presidente Umaro Sissoco Embaló empossou o primeiro-ministro Geraldo Martins, que foi assim recoinduzido, agora num Governo de iniciativa presidencial.
Martins é vice-presidente do PAIGC.
O Chefe de Estado dissolveu o Parlamento no dia 4 depois de confrontos entre elementos da Guarda Nacional e do batalhão presidencial, depois de a primeira ter ido à sede da Polícia Judiciária retirar o ministro das Finanças e Economia, Suleimane Seide, e o secretário de Estado das Finanças, António Monteiro, que se encontravam detidos por ordens do Procurador-Geral da República, na sequência de uma investigação em curso a um empréstimo de 10 milhões de dólares concedido a 11 empresários.
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