Ter inúmeras riquezas no seu subsolo nem sempre significa bonança para quem nasceu e vive nestas localidades.
É o caso das províncias do Zaire e Cabinda, as principais produtoras de petróleo do País e as Lundas Norte e Sul responsáveis pela maior quantidade de diamantes que se produzem em Angola.
Num debate em Luanda os participantes fizeram notar que os habitantes dessas regiões apresentam níveis de pobreza e miséria acentuados piores que outros de regiões sem estas riquezas.
O economista e presidente do Bloco Democrático Filomeno Vieira Lopes acusou o governo de responsabilidade.
“Não há respostas do poder político, em relação a grave situação de pobreza e miséria que afecta estas populações destas regiões", disse
Quem também participou ao debate é o político e deputado pela UNITA Olívio Kilumbo que defendeu a autonomia dessas regiões, acusando também a comunidade internacional de cumplicidade com o goverano angolano.
"A melhor forma era dar autonomia a estas regiões para que se auto-governassem e se desse a possibilidade aos Cabindas, aos das Lundas e aos do Zaire para gerirem eles próprios as suas próprias terras”, dissse.
“O cenário actual mostra um regime autocrático que usa os recursos do estado para comprar legitimidade exterior e promover pobreza interna como forma de manutenção
do poder", acrescentou
José Kupumbo membro do Movimento do Protetarado Lunda Tchokwe entende que. "sstas terras sãos fontes de enriquecimento rápido e ilegal dos membros do governo de Angola, dos generais, dosministros, são eles que têm as dragas e minas nas Lundas e não ha nenhum filho da terra daquela área que tem uma draga sequer”.
“O diamante é o principal motivo da miséria daquele povo, acredito se não houvesse diamante não haveria muitos problemas, o povo está mergulhado numa miséria total", acrescentou
Fortunato Isaak é nato do Zaire, município do Soyo e diz que a comunidade internacional é cúmplice pela miséria que o seu povo vive.
"Angola no geral é lavra, é uma espécie de quinta do ocidente, principalmente os EUA, e a culpa é do petróleo", afirmou
Em Cabinda outra província petrolífera, o lider da Associaçao de Desenvolvimento da Cultura de Direitos Humanos ADCDH Alexandre Kwanga entende que.."o petróleo serve para matar, prender os cabindas”.
“O petróleo é a nossa maldição se não houvesse petróleo acho que nós estaríamos melhor, e esta exploração conta com cumplicidade dos EUA, da União Europeia que não dizem nada, porque América recebe de bandeja o petróleo do governo angolano", acrescentou
Tentativas para ouvirmos o ministro dos Petróleo e dos Recursos Minerais Diamantino de Azevedo não surtiram efeito, assim como a governadora de Cabinda.
Quem aceitou falar foi o governador do Zaire que nos remeteu ao seu director para o desenvolvimento Economico e Integrado Lucas Panzu que admitiu “dificuldades mas na medida do possível o executivo vai fazendo alguma coisaa”.
Mas Panzu acrescentou que “muito mais devia ser feito quer pelas empresas que exploram petróleo no âmbito da sua responsabilidade social e pelo facto desta zona ser um
pulmão da economia do País”..
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