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Democratas admitem boicotar discurso do primeiro-ministro israelita no Congresso americano


Benjamin Netanyahu
Benjamin Netanyahu

Pressão leva Benjamin Netanyahu a admitir adiar o discurso.

Mais de uma dúzia de congressistas democratas pretendem boicotar o discurso do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na sessão conjunta do Congresso marcada para o dia 3 de Março. Em resposta, um porta-voz do líder republicano Joe Boehner diz que agora mais do que nunca, é fundamental que o povo americano ouça a verdade sobre a ameaça que representa o programa nuclear do Irão.

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Netanyahu adoptou um tom desafiador durante a campanha eleitoral em curso em Israel ao dizer ontem, 9, que está determinado a dizer por que Israel é contra as negociações em curso com o Irão ante os membros do Congresso e do povo americano.

"Esta não é uma questão política ou uma questão partidária, nem aqui nem lá. Esta é uma questão existencial, e eu vou abordá-lo com a máxima responsabilidade ", disse Netanyahu.

Entretanto, segundo várias fontes citadas pela imprensa, logo depois da sua intervenção, Netanyahu admitiu mudar os seus planos e corrigir o que alguns analistas dizem ter sido um erro diplomático.

A Casa Branca já manifestou a sua irritação em relação ao discurso que o primeiro-ministro israelita irá proferir no Congresso a pedido do líder da Câmara dos Representantes, o republicano Jonh Boehner, sem consultar a administração.

Assessores do presidente Obama disseram que o convite violou o protocolo que prevê que o Congresso informe a Casa Branca antes de convidar qualquer entidade estrangeira a discursar no parlamento. Por outro lado, o facto de o discurso acontecer a duas semanas das eleições legislativas em Israel não é bem visto pelo Governo americano.

Ontem, o Presidente Obama voltou a pedir que se respeitem os protocolos e disse que a relação entre os Estados Unidos e Israel não é uma festa particular.

Apesar de serem conhecidas as diferenças fundamentais entre Benjamin Netanyahu e a Administração americana, as relações entre os dois países são consideradas muito boas, como lembrou Obama.

Entretanto, o vice-presidente, que é o presidente do Congresso, revelou que não assistirá o discurso por motivos de agenda. De seguida, vários democratas manifestaram a sua intenção de não estarem presentes no momento em que o primeiro-ministro irá discursar.

O senador por Vermont, Bernie Sanders, avisou que não estará presente na sessão por considerar uma falha grave Obama não ter sido informado. Por seu lado, o congressista democrata Luis Gutiérrez classificou o discurso como um conluio entre os republicanos e Benjamin Netanyahu.

Outras notáveis legisladores democratas, incluindo o líder da minoria no Senado Harry Reid, lamentaram esse elemento perturbador nas relações entre os Estados Unidos e Israel.

Questionado, Barack Obama não abordou directamente o alegado boicote dos democratas, mas reconheceu que ele e Netanyahu "têm uma diferença muito real em torno de sanções ao Irão."

Entretanto, do lado republicano, a posição mantém-se. Cory Fritz, porta-voz Boehner, disse que "agora mais do que nunca, é fundamental que o povo americano ouça a verdade sobre a ameaça que representa o programa nuclear do Irão.

A agência de notícias Reuters informou hoje, 10, que o primeiro-ministro israelita admite discursar numa sessão fechada do Congresso ou reservar a sua intervenção para a reunião anual do Comité de Assuntos Estrangeiros Israelo-americano.

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