Os Democratas da Câmara de Representantes dos Estados Unidos apresentaram, nesta terça-feira, 10, as acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso contra o Presidente Donald Trump, que serão votadas pelo órgão.
O Comité Judicial da Câmara vai votar, provavelmente a partir de amanhã, 11, se recomenda ou não que a Câmara aceite o texto com as acusações - chamadas de artigos de impugnação - e denuncie Trump formalmente por crimes e delitos.
Caso se confirme essa tendência, ele será o terceiro Presidente a passar por um processo de impugnação, depois de Richard Nixon, que renunciou ao cargo, e Bill Clinton, que sobreviveu,
Em Setembro, os democratas anunciaram a abertura de um inquérito para um possível processo de impugnação contra Trump por ter pedido à Ucrânia que fizesse uma investigação sobre seu adversário político, Joe Biden, um dos favoritos à nomeação como candidato democrata à eleição presidencial de 2020.
Os opositores do Presidente consideram que ele abusou do poder de seu cargo ao pedir intervenção estrangeira nas eleições americanas.
"É um crime passível de impugnação o Presidente exercer os poderes de seu cargo público para obter um benefício impróprio e impessoal enquanto ignora ou prejudica o interesse nacional", afirmou Jerrold Nadler, presidente do Comité Judicial que apresentou as duas acusações.
"Isso é exatamente o que o Presidente Trump fez quando solicitou e pressionou a Ucrânia a interferir nas nossas eleições de 2020, prejudicando a segurança nacional, minando a integridade da próxima eleição e violando seu juramento ao povo americano", acrecentou Adler.
Caça às bruxas
O democrata Adam Schiff, presidente do Comité de Inteligência da Câmara, que detalhou as ações de Trump em relação à Ucrânia, acrescentou que "nós estamos aqui hoje porque o abuso contínuo do presidente de seu poder não nos deixou escolha. Não fazer nada nos tornaria cúmplices do presidente no abuso de seu alto cargo, da confiança pública e da nossa segurança nacional", concluiu.
Minutos depois do anúncio dos democratas, o Presidente Donald Trump escreveu dois comentários no Twitter.
Ele chamou o promessa, como no passado de “caça às bruxas” e classificou as acusações de "ridículas" e "não verdadeiras".