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Demissão de ministro da Justiça tem mão de Lula da Silva


Ministro brasileiro da Justiça José Eduardo Cardozo, demissionário
Ministro brasileiro da Justiça José Eduardo Cardozo, demissionário

Antigo Presidente acusou o ex-ministro de não controlar a Polícia Federal que investiga a operação Lava Jato.

O antigo ministro da Justiça do Brasil José Eduardo Cardozo, que apresentou no domingo, 28, a sua demissão à presidente Dilma Rousseff, reconheceu que a sua situação estava “insustentável” na pasta e que estava agastado com o PT e o antigo Presidente Lula da Silva.

O jornal Folha de São Paulo revela que, ao chegar ao Palácio do Planalto para apresentar a sua demissão, Cardozo disse a amigos que tinha "perdido a paciência" diante das pressões feitas pelo PT e pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediam há meses a sua saída do cargo.

O jornal diz que Lula da Silva considera Cardozo o responsável pelo avanço das investigações da operação Lava Jato ao coração do PT e do Palácio do Planalto, já que, nas palavras do ex-presidente, "Zé Eduardo não controla a Polícia Federal".

Em sua defesa, o ministro diz que sempre rejeitou interferências externas na corporação e que a PF age de forma "independente".

De acordo com as mesmas fontes, Lula da Silva fez chegar à Presidente Dilma Rousseff o recado de que pretende se concentrar na sua defesa pessoal e na reconstrução da imagem do PT, deixando em segundo plano a advocacia do Governo.

Como oferta de trégua, Lula pedia mudanças na política económica do país e a troca do ministro da Justiça, o que foi contemplado esta semana, após muita negociação.

Aliados do ex-Presidente dizem que, consumada a troca de comando da Justiça, a disposição de Lula com o Governo "vai depender da performance" do novo ministro, Wellington César, próximo do ministro da Casa Civil Jaques.

Após pouco mais de cinco anos como ministro da Justiça, Cardozo disse à Presidente que queria deixar o Governo mas, com poucos quadros de confiança à disposição no momento em que vive a maior crise política de seu mandato, Dilma pediu que o ministro permanecesse na Advocacia-Geral da União, tendo aceite a proposta.

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