A terceira ronda de negociações entre a Ucrânia e a Rússia começa a meio da manhã (hora dos EUA) desta segunda-feira, 7, enquanto no terreno as forças russas continuam a bombardear várias cidades.
O anuncio foi feito pelo negociador ucraniano Mykhailo Podoliak na rede social Twitter.
As negociações anteriores realizaram-se a 28 de Fevereiro, ao quinto dia de combates, e a 3 de março, também em território bielorrusso.
Na segunda reunião, as duas partes chegaram a um acordo para a criação de corredores humanitários que permitissem retirar civis de zonas mais afectadas e entregar alimentos e medicamentos, mas as duas partes acusaram-se mutuamente de violar o acordo.
Entretanto, no terreno da guerra, as forças russas bombardearam cidades no norte e no sul da Ucrânia nesta segunda-feira.
Em comunicado, o Estado Maior das Forças Armadas da Ucrânia disse que as forças russas estão focadas em cercar Kyiv, Kharkiv, Chernihiv, Sumy e Mykolayiv e acusou a Rússia de violar o direito internacional humanitário ao bombardear civis e de criar uma crise humanitária em áreas ocupadas.
Corredores humanitários
Do lado de Moscovo, o Ministério da Defesa informou que para “fins humanitários”, as forças russas vão declarar um “regime de silêncio” a partir de hoje para abrir corredores para as pessoas deixarem Kiev, Kharkiv, Sumy e Mariupol, mas em direcção à Rússia e Bielorrússia.
A vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereschchuk respondeu dizendo que “esta não é uma opção aceitável”.
O secretário-geral da organização não governamental Conselho de Refugiados da Noruega alertou que “os corredores humanitários só funcionarão se derem passagem segura e acordada para lugares onde os evacuados se sintam seguros e da sua escolha”.
Jan Egeland lembrou “a lição básica da Síria, onde os corredores muitas vezes não eram usados porque levavam a áreas onde ninguém se sentia seguro”.
Mais de 1,7 milhão de ucranianos fugiram do país desde a invasão da Rússia a 24 de Fevereiro.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, que revelou os números, acrescentou que mais de um milhão estão na Polónia.