Horas depois de o Procurador-Geral da República (PGR) do Brasil ter acusado o antigo Presidente Jair Bolsonaro de liderar uma organização criminosa que tentou um golpe de Estado, a defesa dele reagiu dizendo que o ex-Chefe de Estado nunca compactuou com qualquer iniciativa nesse sentido e que está indignada e estarrecida.
“O Presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam", lê-se no comunicado assinado pelo advogado Paulo Cunha Bueno e divulgado por Bolsonaro nas redes sociais.
A defesa diz receber com "estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República [PGR], divulgada hoje pela media, por uma suposta participação num alegado golpe de Estado”.
“Não há qualquer mensagem do então Presidente da República que embase a acusação, apesar de uma verdadeira devassa que foi feita em seus telefones pessoais”, argumenta o advogado ao classificar a denúncia como “inepta” por se basear “numa única delação premiada, diversas vezes alteradas".
A nota conclui que Bolsonaro confia na Justiça e que “acredita que essa denúncia não prevalecerá por sua precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos”.
Ao formalizar a acusação, o PGR, Paulo Gonet, disse que o plano intitulado “Punhal Verde Amarelo” foi arquitetado e levado ao conhecimento do então Presidente da República, “que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado o relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições”.
Além do ex-Presidente, a acusação da PGR inclui mais 33 pessoas pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
As acusações envolvem militares, como Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e Mauro Cid, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
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