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Defesa de Alex Saab pede ao Supremo Tribunal de Justiça cumprimento de sentença da Cedeao


Supremo Tribunal de Justiça, Praia, Cabo Verde
Supremo Tribunal de Justiça, Praia, Cabo Verde

Recurso foi entregue depois de o Tribunal da Comarca de Barlavento ter negado cumprir a setença da Cedeao

A defesa do empresário colombiano e enviado especial da Venezuela Alex Saab entregou no dia 8 o recurso junto do Supremo Tribunal de Justiça de Cabo Verde contra a decisão do Tribunal da Comarca de Barlavento que a 15 de Dezembro recusou executar a sentença do Tribunal da CEDEAO que no dia 2 do mesmo mês decidiu pela prisão domiliciária dele.

Em comunicado enviado à VOA, a defesa, liderada pelo escritório do advogado espanhol Baltazar Garzon, lembra que o Tribunal da CEDEAO estabeleceu que “os tribunais de Cabo Verde deveriam conceder imediatamente a prisão domiciliária e cuidados médicos por um médico especializado da escolha de Alex Saab e , mais importante, que o processo de extradição fosse suspenso até à audiência principal”.

A mesma nota lembra que, ainda segundo o tribunal, vários aspectos estão a ser violados como o “excessivo período de detenção provisória que o embaixador e o enviado especial Alex Saab está a ser forçado a cumprir na prisão em Sal, a ausência completa de perigo de fuga, o efeito imediato do acórdão do Tribunal da CEDEAO sobre a ordem jurídica cabo-verdiana e a imunidade e inviolabilidade de Alex Saab pelos seus postos diplomáticos”.

Para justificar a sua posição ainda, a defesa acrescenta que “dois relatórios de juristas de renome internacional foram apresentados juntamente com o resumo do recurso”, do professor português Jorge Miranda e do professor holandês Rutsel Silvestre Martha.

O Governo de Cabo Verde, através do primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva, e o procurador-geral da República (PGR), José Landim, já se pronunciaram dizendo que a justiça do país não está sujeita à da CEDEAO, tenho o PGR justificado que o arquipélago não ratificou os acordos que vinculam completamente a justiça nacional às decisões daquele tribunal.

Entretanto, no passado dia 4, o Tribunal de Relação de Barlavento, na ilha de São Vicente, decidiu pela extradição de Alex Saab para os Estados Unidos.

A defesa já anunciou que irá recorrer também ao Supremo Tribunal de Justiça.

O caso

Detido a 12 de junho no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, num voo privado a caminho do Irão, Saab viu o Tribunal da Comarca de Barlavento autorizar a sua extradição para os Estados Unidos a 31 de julho.

A justiça americana, que pediu a sua detenção e extradição, diz que Saab é um testa-de-ferro do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o acusa de lavagem de capitais no montante de 350 milhões de dólares através do sistema financeiro dos Estados Unidos.

O Governo da Venezuela afirma que ele tem imunidade diplomática e que estava a serviço do país, enquanto a defesa também já recorreu à Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas e ao Tribunal da Cedeao.

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