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Decapitados 15 chefes de famílias em Cabo Delgado


Centro de Saúde de Macomia, Cabo Delgado
Centro de Saúde de Macomia, Cabo Delgado

Um grupo de insurgentes decapitou 15 chefes de famílias numa semana nos distritos de Macomia e Meluco, a norte da província moçambicana de Cabo Delgado, voltando a instalar pânico entre a população após o episódio do rapto de 10 raparigas no distrito de Mocímboa da Praia.

Relatos dos moradores indicam que 10 chefes de famílias foram decapitados na quarta-feira, 10, e quinta-feira, 11, na aldeia Cabora, em Quiterajo, distrito de Macomia, que tem sido alvo de vários ataques dos chamados insurgentes, desde a ocupação da sede distrital por três dias no final de maio.

Outros cinco chefes de famílias foram decapitados na quarta-feira, 3, na ladeia Imbada, em Unguia, distrito de Meluco.

O novo incidente ocorre quase um mês depois de outros quatro civis terem sido decapitados quando se encontravam numa cerimonia fúnebre numa aldeia do distrito.

Nos dois incidentes a população foi surpreendida durante a noite, segundo relatos dos moradores, que passaram a pernoitar nas matas desde os novos ataques.

“Eles chegaram de surpresa e à noite, então as primeiras famílias (do ponto de entrada) não puderam escapar. As pessoas ficaram em alerta com gritos e choros e começaram a fugir, cada um à sua maneira” explicou à VOA, Abdul Mahando, um sobrevivente que se refugiou em Pemba.

Outro morador contou que os insurgentes decapitaram seletivamente chefes de famílias makonde, uma tribo dominante na província de Cabo Delegado, durante o ataque à aldeia Cabora, em Macomia.

Os insurgentes, com inspiração radical, usaram durante a sua implantação as rivalidades tribais entre as tribos makonde e macua para reinar entre a população.

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“Vemos que também há ódio e perseguição tribal desses da al-shaabab”, disse um morador de Macomia, relatando incidentes de discriminação tribal.

Ele sustenta a posição pelo fato de muitos deslocados de Mocímboa da Praia estarem a sofrer discriminação nos novos locais de abrigo, supostamente por terem sido o epicentro da insurgência e por os moradores terem aparecido em vários vídeos distribuídos nas redes sociais apoiando os insurgentes.

Ainda segundo relatos dos moradores, a população dos distritos a norte de Cabo Delgado começou a enfrentar um novo pânico com a onda de rapto de raparigas, supostamente para servir os insurgentes.

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O episódio mais recente ocorreu na quinta-feira passada, quando 10 raparigas foram raptadas durante a fuga dos insurgentes em Mocímboa da Praia.

Entretanto, o jornal eletrónico, Carta de Moçambique, escreve na sua edição de hoje que 22 insurgentes foram abatidos pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), durante uma operação militar na terça-feira, 9 em Mocímboa da Praia.

Dos insurgentes, 13 foram abatidos por não “cooperar” com as FDS após a sua captura e os restantes nove no teatro das operações, combinada via área e terrestre, escreve a publicação de Maputo.

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