A rede escolar do Projecto Integrado de Desenvolvimento de Lémba, com cerca de dois mil alunos, suspendeu a retoma das aulas, por a chuva torrencial ter destruído a única estação se captação e tratamento de água no distrito.
“Se lhes damos uma água qualquer, o hospital vai encher. Já temos o problema da Covid-19, e agora vai associar as doenças hídricas”, lamenta a irmã Lúcia Cândido, da comunidade religiosa das Irmãs Franciscanas hospitaleiras da Imaculada Conceição, que gere o projecto.
Complicado será também manter os alunos em casa a consumir água do rio sem qualquer tratamento alerta a médica do centro de saúde de Neves, Bonaza Aragão.
“Vamos ter doenças como a cólera, febre tifoide e muitas outras complicações gastrointestinais", afirma Aragão.
Tratamento de água
Entretanto o governo através da Direção dos Recursos Naturais e Energia está a sensibilizar a população de Lembá no sentido de tratar a água.
“Estamos a dizer a população que é preferível gastar algum tempo e um pouco de lenha para ferver esta água do rio e não consumir diretamente, porque as consequências para saúde são piores”, diz Dudeny Lina, sanitarista da Direção dos Recursos Naturais e Energia.
Estrategicamente, diz Lina, os professores, as mulheres e os técnicos de saúde são os principais beneficiários desta campanha de sensibilização para que possam esclarecer o resto da população.
Enquanto isto, a Câmara de Lembá com o apoio de um empresário Italiano que tem investimentos turísticos na região está a recuperar uma antiga canalização de água que abastecia a cidade de Neves antes da construção da nova estação de capitação e tratamento de água destruída pelo temporal do mês passado.