O Comité Central da Frelimo elegeu, nesta sexta-feira, 14, Daniel Chapo presidente do partido, que, assim, passa a acumular a liderança do partido no poder com a Chefia dia Estado.
“Este é um momento especial para o nosso partido e de muita responsabilidade, por estarmos a assumir este grande partido, que começou a construir Moçambique a partir de 1962", afirmou Chapo no seu discurso em que agradeceu o "voto de confiança que os camaradas membros do Comité Central, que representa milhões de membros, simpatizantes, militantes e população moçambicana em geral”.
Num olhar ao país, o também Presidente da República reafirmou que vai continuar a "trabalhar com todos para consolidar a paz, a unidade nacional e o desenvolvimento do país.
Mais á frente, afirmou que "não há ninguém que pode dirigir um país como Moçambique e garantir o bem-estar dos moçambicanos sozinho" e concluiu que "tal tarefa só é possível com unidade, independentemente das diferenças raciais, étnicas ou religiosas".
Por seu lado, ao intervir antes de entregar a liderança a Chapo, o presidente cessante do partido, Filipe Nyusi, disse encoarajá-lo a " prosseguir com firmeza, para que, sob a sua liderança o país possa enfrentar com sucesso os desafios de actualidade e outras ameaças que atrasam o desenvolvimento do país”.
Nyusi reconheceu a existência de um debate a exigir a separação do presidente do partido da Chefia do Estado, mas remeteu o assunto para o Congresso da Frelimo.
“Enquanto a decisão não for tomada, tomamos a iniciativa de entregar a liderança ao atual ciclo governativo”, afirmou reiterando a necessidade de assegurar a “unicidade de comando” porque, segundo Nyusi, poderá reforçar a coesão interna do partido".
Daniel Chapo tomou posse como Presidente da República a 15 de janeiro, depois de um conturbado processo eleitoral, cujos resultados não foram aceites pelos partidos da oposição.
O segundo candidato presidencial mais votado, de acordo com os dados oficiais, Venâncio Mondlane, convocou protestos a 24 de outubro que se prolongaram por três e que resultaram, segundo a Plataforma Decide, que acompanhou diariamente as manifestações, em 327 mortos, 750 feridas e mais de quatro mil detidas em todo o país.
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