Acentuou-se nos últimos dias o que se pode chamar de “dança das cadeiras” entre os partidos políticos angolanos com o anúncio da passagem de militantes de uns para outros.
Neste fim-de-semana, o primeiro secretario do MPLA e governador de Luanda, Higino Carneiro, dirigiu um comício em que apresentou o que disse serem 200 ex-militantes da UNITA que terão ingressado no partido dos camaradas.
João Pinto, um dos vice-presidentes da bancada parlamentar do MPLA, diz que isto representa a falta de coesão da oposição, enquanto o vice-presidente da UNITA, Raúl Danda, considera de ridículos os governadores se prestam a estes papeis.
''Em termos políticos isto representa liberdade, contrariamente ao que estes grupos de partidos propalam ser intolerância nota-se claramente que não têm coesão, pessoalmente como pensador e professor noto que o fenómeno é antigo de 1992'', diz João Pinto, que justifica essa saída de militantes com o discurso violento daqueles partidos.
Para Pinto, “aqueles antigos militantes e colaboradores, por causa da guerra e da sabotagem que o país sofreu, sobretudo por parte da UNITA, obriga a que estes cidadãos queiram demarcar-se do seu passado histórico".
Leitura totalmente diferente tem o vice-presidente da UNITA, Raul Danda, para quem esta história está mal escrita.
''O MPLA está a provar que a história tem sido mal contada, então os milhões somos nós da UNITA porque de tanto passarem gente para o MPLA, a UNITA continua forte e muito grande e o MPLA afinal não tinha coisa nenhuma'', atira Danda, considerando de “inválidos os governadores que se prestam a este papel”.
''Outro ridículo, ao invés de o MPLA perder tempo em apresentar novos membros devia explicar aos angolanos, ao se aproximar as eleições, porque não consegue dar água, luz, saneamento básico, emprego e saúde às pessoas e dizer porque fracassou completamente este tempo todo”, concluiu Danda.
Refira-se que situação idêntica tem-se repetido em vários províncias.