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Dúvidas sobre eleição de ex dirigente do MPLA para chefiar novo partido político


Vem mais um partido para a lista
Vem mais um partido para a lista

Júlios Bessa novo dirigente do CIDADANIA diz que angolanos estão "cansados das promessas do Partido-Estado. Já ninguém acredita nele!”

Analistas em Luanda afirmam ser muito cedo para se considerar “uma dissidência” a recente eleição do antigo dirigente do MPLA e membro do governo, Júlio Bessa, para o cargo de presidente do partido CIDADANIA.

Dúvidas sobre eleição de antigo dirigente do MPLA para chefiar novo partido político - 3:18
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Aquela organização política foi legalizada pelo Tribunal Constitucional (TC) de Angola em Julho de 2024.

Bessa disse que aceitou o desafio depois de concluir que “os cidadãos cansaram-se das promessas do Partido-Estado” no qual afirma ninguém acreditar.

O analista político, Ilídio Manuel defende que dissidências no seio do partido no poder não acontecem todos os dias e quando acontecem devem ser vistas com alguma cautela e desconfiança “visto que não é comum figuras ligadas ao partido governante criarem partidos políticos”.

Para aquele analista a facilidade e a rapidez com que o Partido CIDADANIA foi legalizado levanta suspeitas de que foi “criado com o objectivo de criar uma dispersão de votos que possa favorecer o MPLA nas eleições de 2027”.

O sociólogo, João Lukombo, também entende ser muito cedo para se aferir que se Júlio Bessa vai efetivamente fazer parte da oposição ao partido a que pertenceu ou não.

“Não temos a certeza se Bessa, na hora da verdade, vai balancear para o lado do MPLA . ”, disse.

O partido CIDADANIA - Iniciativa de Cidadania para o Desenvolvimento de Angola foi legalizado pelo Tribunal Constitucional (TC) de Angola em Julho de 2024.

O despacho da juíza presidente do TC angolano, Laurinda Cardoso , deu a conhecer na altura que a comissão instaladora do CIDADANIA preencheu todos os requisitos da Lei dos Partidos Políticos, pelo que foi anuída a sua legalização.

O despacho da corte do Constitucional angolano apurou como válidas o número mínimo legal de 7.500 assinaturas de cidadãos requerentes, sendo 150 destas correspondentes a cada uma das 18 províncias de Angola.

A legalização do Cidadania aconteceu muito antes do reconhecimento do partido PARA JÁ-Servir Angola que levou cerca de cinco anos para ter existência legal em Angola.

Bessa diz que que o novo partido “está para ficar"

Num acto marcado pela presença de várias figuras políticas e religiosas angolanas, o economista Julio Bessa, antigo ministro das Finanças e ex-governador do Cuando-Cubango assumiu , em Luanda, a liderança daquele partido, em substituição de Cláudio Pedro Brandão, seu presidente-fundador.

Bessa tem como vice - presidente o engenheiro Antas Miguel .

“Estamos para ficar. Não vamos arredar o pé”, assegurou o político afirmando que assumiu o desafio porque “também eu, me cansei da desilusão e do descaso. Como estar insensível ao sofrimento do próximo?”

Na visão de Julio Bessa, “os cidadãos cansaram-se das promessas do Partido-Estado. Já ninguém acredita nele!”

“ Os cidadãos estão a agonizar do impacto devastador da falta de oportunidades para assegurar para si e suas famílias condições de vida dignas, do alto custo de vida e da falta de soluções. Gerações inteiras vêem o seu sonho desfeito e vivem na incerteza do futuro”, afirmou Bessa para quem “juntos podemos fazer mais e melhor do que foi feito neste quase 50 anos de independência do nosso país”.

O político disse possuir experiência e conhecimento “das realidades do país, sei como mobilizar as competências necessárias para encontrarmos as soluções mais adequadas, para evitarmos e contornarmos o abismo à frente dos olhos de todos nós para o qual estamos a ser conduzidos e mergulharemos, inevitavelmente, se não mudarmos o curso dos acontecimentos”.

Bessa disse contar quadros nacionais experientes e versados em vários domínios científicos, técnicos e humanos, desde cidadãos comuns a empresários e líderes religiosos sobretudo, “muitos jovens patriotas, muitos mesmo, que amam o seu país, esta nossa por enquanto maltratada Angola”.

O antigo dirigente do MPLA afirma estar “plenamente conscientes do desafio ao qual nos propomos, ao aderirmos e encabeçarmos esta jovem formação política. Sei dos sacrifícios e peripécias por que terei (teremos) de passar, mas nada disso retira a minha vontade de querer servir incondicionalmente esta Angola, o meu país. Não tenho nem desejo um outro país!”

Para Júlio Bessa o “ódio-militante” ainda anda em nós, não nos permitindo perceber que não se constrói um país na base do ódio mas da tolerância, do perdão, da justiça e dos consensos, sem deixar ninguém de fora”.

E o mais grave, na perspectiva histórica, famílias inteiras e mesmo populações inteiras ainda enfrentam o estigma de terem sido ou terem um seu familiar que militou ou que pertenceu a certas forças políticas dos movimentos de libertação”, afirmou

O líder do partido Cidadania sustentou que “muitas dessas pessoas com quem tive o prazer de conversar e conviver por algumas horas, no seu silêncio, ainda não desfrutam dos benefícios da paz. Psicológica e socialmente, os seus corações se encontram arredados e excluídos da independência e do processo de paz”.

Bessa garante que “em 2027, vamos concorrer às eleições gerais porque queremos e sabemos fazer diferente do que foi feito nas últimas 5 décadas. Este é o nosso plano, esta será a nossa missão!”

Depois de afirmar ser “imperioso” a história ser revista e recontada com urgência, Bessa defendeu o reconhecimento Holden Roberto, Agostinho Neto e Jonas Malheiro Savimbi como “Pais da Nação", ou melhor, três Heróis da gloriosa Luta de Libertação Nacional. Está na hora de se reconhecer sem complexos de qualquer tipo, esta verdade histórica. Ponto final!”

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