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Dívidas ocultas: Procuradores americanos colocam Nyusi como "conspirador"


Filipe Nyusi
Filipe Nyusi

A defesa de Chang, reporta o Centro de Integridade Pública, “concentrou-se em negar que houvesse evidências de que Chang tenha recebido dinheiro das dívidas ocultas para assinar as garantias.

O nome de Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique, foi incluído, pela Justiça dos EUA, numa lista de conspiradores que participaram num esquema para defraudar investidores americanos no caso das “dívidas ocultas”, foi ontem anunciado no julgamento do ex-ministro Manuel Chang.

Segundo Centro de Integridade Pública (CIP), que cobre o julgamento do antigo ministro, outros conspiradores indicados são Gregório Leão, antigo director do Serviço de Informação e Segurança do Estado; Ndambi Guebuza, filho do ex-presidente Armando Guebuza; e Isaltina Lucas, antiga diretora Nacional de Tesouro.

Nyusi era ministro da Defesa na altura em que foram feitas as dívidas de, pelo menos, 2.2 mil milhões de dólares, para alegados projetos pesqueiros e de proteção costeira, que acabaram desviados num esquema envolvendo funcionários públicos moçambicanos, banqueiros do Credit Suisse e a empresa naval Privinvest.

Tal indicação não significa que eles tenham sido constituídos arguidos nos Estados Unidos.

No processo inicial, são arguidos no caso, além de Manuel Chang, Teófilo Nhangumele e António Carlos do Rosário. Os dois últimos cumprem penas relacionadas com o mesmo esquema, em Maputo.

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Fase final

Manuel Chang é acusado de fraude financeira e lavagem de dinheiro. A acusação diz que ele recebeu sete milhões de dólares para assinar garantias para viabilizar empréstimos da ProIndicus e Ematum.

A acusação procura convencer o júri, que é constituído por cidadãos comuns, de que os crimes de que Chang é acusado são da alçada da justiça americana.

A defesa de Chang, reporta o CIP, “concentrou-se em negar que houvesse evidências de que Chang tenha recebido dinheiro das dívidas ocultas para assinar as garantias” e afirmou que ele “assinou as garantias em cumprimento de ordens do seu chefe, Armando Guebuza, que era Presidente da República”.

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Borges Nhamirre, do CIP, escreve que ontem, 5 de Agosto, o julgamento entrou na sua fase final, pelo que “não haverá mais testemunhas a prestar declarações (...) apenas a acusação e a defesa têm direito de apresentar as suas alegações finais para convencer os 13 membros do júri a declarar o antigo ministro das Finanças de Moçambique culpado ou não”.

Durante o julgamento, escreve Nhamirre, “Manuel Chang optou pelo silêncio, deixando todo o trabalho de defesa ao cargo da sua larga equipa de advogados, liderada por Adam Ford.

"Chang não falou e não vai mais falar como testemunha no seu próprio julgamento” segundo o CIP.

O julgamento continua nesta terça-feira, 6, e não é conhecido o dia da decisão do júri.

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