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Cursos de saúde cancelados em Angola por falta de qualidade


Banco de urgência do hospital regional de Malanje
Banco de urgência do hospital regional de Malanje

Várias instituições de ensino superior público e privado em Angola viram os seus cursos de saúde suspensos por não responderem aos padrões de qualidade aceitáveis e legalmente estabelecidos e estão por isso, proibidos de inscrever estudantes no académico 2024/2025 que arranca no próximo mês de Outubro.

Cursos de saúde em universidades angolanas cancelados por falta de qualidade - 2:36
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Na primeira fase de avaliação apenas sete de um total de trinta cursos passaram no processo de avaliação externa e acreditação do Ensino Superior em Angola em Outubro de 2023.

Aferir a qualidade do ensino nos cursos de saúde é o objetivo do Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos de Ensino Superior (INAREES) e o processo de avaliação já vai na sua segunda fase.

O Presidente do Sindicato Nacional dos Médicos, (SNM), Adriano Manuel, diz que muitos dos problemas verificados sobretudo em instituições públicas de ensino superior deveu-se ao fraco investimento do próprio Estado no sector.

Há falta de estabelecimento de prioridades, disse Manuel para quem “ o grande problema do governo de Angola é olhar para aquilo que são as grandes inquietações do país e estabelecer prioridades”.

“Então você vai priorizar construir hospitais para fechar faculdades, isso é lógica? Eu não estou contra com o trabalho que foi feito, foram identificados problemas mas podemos encontrar soluções de forma paralela também”, disse.

A Universidade Mandume Ya Ndemufayo com sede no Lubango que viu o curso de medicina passar pela avaliação externa positiva viu por outro lado os cursos de enfermagem e análises clínicas ministrados na província do Cunene chumbados.

“ Estamos a trabalhar neste sentido para que os nossos cursos no Cunene possam abrir dentro de dois anos”, disse o vice-reitor da Universidade Mandume Ya Ndemufayo, Francisco Cambanda.

Na Huíla foram quase sete mil o número de candidatos que concorreram para cem vagas na faculdade de Medicina da UMN, uma situação que à partida deve colocar muitos alunos fora do próximo ano académico para preocupação do Conselho provincial da juventude na Huíla, segundo o seu secretário, Domingos Kuaiya.

“ Por um lado louvamos a iniciativa do executivo em melhorar e procurar ter qualidade neste curso mas por outro lado é preocupante porque há muita procura e pouca oferta”, disse.

Para o governo angolano o nível de qualidade dos cursos é um factor importante para a gestão e para a regulação da oferta formativa do país”, elemento “fundamental” que de acordo com o Secretário de Estado para o Ensino Superior, Eugénio da Silva, recentemente citado na imprensa, estava em falta.

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