Apesar de muitos médicos angolanos continuarem desempregados as províncias mais remotas continuam a ter dificuldades em recrutar médicos para colmatar a falta de pessoal que afecta os servuiços de saúde nessas zonas.
As autoridades daprovíncia do Cunene, por exemplo,estão à procura de candidatos para a preenchimentosde 49 vagas para médicos, revelou,o chefe de departamentode Saúde do Cunene, João Pedro.
Citado pela imprensa pública, aquele responsável disse que apenas 10 candidatos se inscreveram neste categoria,no últimoconcurso público de ingresso,realizadoentre9 de Dezembro de 2019 e 8 de Janeiro deste ano.
João Pedro acrescentou quea província precisa de44 candidatos para a carreira de médicos internose cinco para médicos assistentes, sem os quaisa província continuaráa experimentar dificuldades decobertura dos serviços nas unidades sanitárias da região.
A província, segundo disse,conta com 90 médicos e mil e 86 técnicos de saúde que cobrem as 146 unidades sanitárias existentes nos seis municípios, onde prestam assistência a mais de um milhão dehabitantes, estando a precisarde mais93 novos médicos e mil enfermeiros.
Os académicos Carlinhos Zassala e João Lukombo Zatuzola apontam a falta de condições sociais para os profissionais como estando na origem da recusa dos quadros em trabalhar no interior do país.
O psicólogo Carlinhos Zassala defende a criação de um subsídio de isolamento no país .
“Sem a institucionalização do subsídio de isolamento será difícil convencer os quadros a irem para o interior onde não existem condições condignas”, defendeu Zassala.
Por seu turno, o sociólogo João Lukombo dizque muitos médicos já colocados viram-seforçadosa abandonar os seus postos porfalta de condições de trabalho.
“Eu conheço médicosaqui em Luanda que não têm colocação”, afirmou.
Em 2018 a Ordem dos Médicos de Angolarevelou que estavamregistados na sua base de dadosquatro mil médicos angolanos desempregados.