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Culpados de agressões contra mulheres devem ser "reeducados"


O problema da violência contra a mulher não se resolve apenas com a lei ou com a punição do agressor mas requer um “processo de reeducação”, disse Damiana Neto da organização brasileira Acção de Mulheres pela Equidade.

Politica de emancipação da mulher - 20:00
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Neto advogou também uma maior coordenação com instituições de Angola e Moçambique no combate à discriminação e violência cotnra a mulher.

“O nosso desafio é encontrar soluções. Pois, a realidade de Moçambique é semelhante ao Brasil e a de Angola”, disse a Coordenadora do projecto

Sobre as desigualdades na oportunidade de emprego Damiana Neto propõe uma análise da cultura de cada país em relação aos valores das mulheres. Para activista um dos problemas da sociedade em relação ás políticas do género são os actores políticos que ao longo dos tempos alimentaram a ideia segundo a qual mulheres e homens têm valores diferentes.

“Esse pensamento trabalho e pensado ao longo dos anos aparece nas políticas públicas pelo que o que precisamos fazer é desconstruir esta ideia”, disse.

Damiana Neto disse que não se deve dar ás mulheres apenas protecção mas tambem estratégias de liberdade económica., algo apoiado pelo psicanalista e escritor angolano Ribeiro Tenguna.

Tenguna refere que os problemas de equidade de género, protecção da mulher contra agressões sejam físicas, psicológicas ou sociais reflectem a visão da sociedade angolana.

Apesar da falta de estatísticas específicas em relação a emancipação da mulher, o escritor refere que a realidade social constatada revela que existe uma evolução, porém não satisfatórias, pois que, ainda não é equitativo em relação aos homens.

Ribeiro Tenguna pensa que os actores da sociedade deviam traçar estratégias de inserção social da mulher, já que, o senso da população angolana realizado em 2014 revela que o país tem mais mulheres que homens ou seja 52 porcento da população do país é constituído por mulheres.

Nesta ordem de ideias diz o Psicanalista, “nós vemos no MPLA, que é um partido histórico, houve a ascensão de uma mulher, em alguns outros partidos há também uma ascensão feminina e até mesmo no parlamento cresceu o número de actores femininos, mas este número ainda não é suficiente, precisa haver mais oportunidades para as mulheres”.

O maior problema do país, refere o analista é falta de projectos sociais para o empoderamento, emancipação, inserção e protecção social da mulher.

“Nós não temos nada organizado. Não temos um plano de carreira organizado para as mulheres. Como sociedade muitas vezes caminhamos sem planos nenhuns”, afirmou

A Damiana Neto reforça no Brasil, a Lei Maria da Penha, também pune e inibe o cometimento de crimes de violência doméstica, mas tal como em Angola não ataca as causas da agressão, por isso sugere que se dê as mulheres não apenas protecção mas estratégias de liberdade económica.

O Psicanalista e Escritor Ribeiro Tenguna comunga da ideia segunda a qual Angola deveria ter um plano que dê a mulher liberdade para se auto potenciar.

“O país deveria ter um plano para que a mulher tivesse esta liberdade, o que não deve ser apenas tarefa do governo mas também de organizações da sociedade civil.

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