A ausência do presidente José Eduardo dos Santos do Parlamento na abertura do ano parlamentar e no qual devia discurso sobre o estado da Nação oi criticada por membros de organizações não governamentais.
Os partidos políticos tiveram reacções diferentes ao discurso apresentado pelo vice-presidente Manuel Vicente.
Esta é a segunda vez que José Eduardo dos Santos não comparece ao Parlamento para fazer o discurso de abertura da sessão legislativa.
A primeira foi em 2012.
David Mendes, da Associação Mãos Livres, considera a ausência um desrespeito pela assembleia nacional e aos angolanos.
"Não colhem as justificações apresentadas, o Presidente da República não respeita ninguém", disse.
A opinião é partilhada por Tunga Alberto, da Associação dos Direitos Humanos, para quem o discurso lido por Manuel Vicente não vincula o Presidente angolano.
"Discurso fora do contexto, não espelha o que as populações esperam e de certa maneira acho que Manuel Vicente não foi mandatado", afirmou aquele líder social.
A Unita, através do vice-presidente da sua bancada parlamentar Adalberto da Costa Júnior, acredita que foi decepcionante a atitude do Presidente da e frustrante o discurso lido pelo seu adjunto.
"Uma decepção a não presença do Presidente da República”, disse, descrevendo ainda como “muito mau” o facto de não ter sido dada uma data para as eleições autárquicas.
“Não falou da corrupção que afecta o próprio Governo, o enriquecimento criminoso continua e querem nos pedir sacrifícios, como?", interrogou-se Costa Júnior.
Por sua vez, o deputado Leonel Gomes, da Casa-CE, diz que "este discurso reflecte um outro país que não Angola”.
“Diz que nas zonas rurais há agua potável, o que é mentira, ou o Presidente está a ser aldrabado ou ele próprio se quer deixar mentir", concluiu Gomes.
Do lado, o MPLA, pela voz do responsável do partido em Luanda Norberto Garcia, considera que o discurso deu esperança e conforto aos angolanos.
" É um discurso que nos deixa tranquilos, me faz pensar que Angola é cada vez mais um país próspero, estável e a caminhar bem", defendeu o deputado da situação.