O Parque Industrial da Huíla, tido como um dos maiores na região sul de Angola, vive tempos difíceis e as fábricas começam a sentir efeitos da crise.
As dificuldades de acesso às divisas, acentuadas desde o ano passado com a baixa do preço do petróleo no mercado internacional, tornaram o parque, que já rivalizou com Luanda, Benguela e Huambo, quase uma sombra de si mesmo.
A incapacidade de importar matéria-prima, em consequência da escassez de divisas, aliada ao facto de se tratar de um parque industrial com infra-estruturas antigas, pintam o retrato do sector que viu dezenas de trabalhadores irem para o desemprego.
O presidente da Associação Agro-pecuária, Comercial e Industrial da Huíla, (AAPCIL), Paulo Gaspar, descreve a situação como sendo de grande dificuldade e diz mesmo que a produção actual está abaixo dos 30 por cento.
“Mesmo no sector das águas e bebidas, que constituem o sector industrial que mais está a produzir na Huíla, acreditamos que não estão a produzir mais de 30 por cento por falta de matéria-prima”, explicou.
Para um país que deseja apostar na produção interna e assim diminuir as importações, esta situação é preocupante.
“Nós ainda não produzimos as matérias-primas necessárias e suficientes para se poder produzir em Angola. Mesmo no ramo agrícola, os insecticidas e fertilizantes também ainda não são produzidos em Angola e como há a dificuldade de importar esses sectores acabam todos por serem abrangidos e estão a viver alguma dificuldade para se poderem afirmar naquilo que é a diversificação da economia”, concluiu Gaspar.