Em Moçambique, alguns sectores da sociedade civil e doadores, sem colocarem em causa a competência e a integridade da presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos Alice Mabota, exigem o seu afastamento da direcção, de modo a que a mesma não se transforme num feudo pessoal. Entretanto, os cidadãos mais carenciados defendem a sua manutenção no cargo.
A Liga Moçambicana dos Direitos Humanos foi criada há cerca de 20 anos e sempre foi presidida por Alice Mabota.
O jurista Mário Venâncio, da União dos Camponeses de Moçambique, disse à VOA que Alice Mabota tem dirigido a Liga dos Direitos Humanos com competência, pelo que ela não deve ser substituída.
Fernando Gonçalves, jornalista, afirmou que nao está em causa a competência e a integridade de Alice Mabota, "mas questões de governação corporativa que devem ser aplicadas também às organizações da sociedade civil, impõem que, para que uma organização não se transforme num feudo pessoal de quem está à frente dessa organização, é importante a rotação de dirigentes".
Entre os cidadãos mais carenciados, sem condições para pagar o advogado, o sentimento é de que Alice Mabota não deve deixar a presidência da Liga dos Direitos Humanos.
"A Liga dos Direitos Humanos tem sido a tábua de salvação para muitas pessoas que não têm ninguém que as acuda", defendeu Jerónimo Malagueta.
Mabota é acusada também de má gestão, que, entre outras coisas, se traduz na falta de pagamento dos salários dos trabalhadores da organização há mais de sete meses. Apesar de várias tentativas, não foi possível contactar a presidente.