A criminalidade violenta aumentou na capital angolana com o registo de 323 homicídios voluntários e 389 violações sexuais em seis meses.
Os últimos dados do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional (PN) relativos ao primeiro semestre do ano em curso apontam para a ocorrência de um total de 12.617 crimes diversos, o que corresponde a cerca de70 crimes por dia.
O porta-voz da PN em Luanda, intendente Hermenegildo Brito, indicou que 82 por cento dos homicídios voluntários resultaram da resistência à vontade dos assaltantes durante os roubos.
Entre os crimes cometidos durante esse período, destacam-se também 1.345 ofensas corporais e 595 roubos qualificados.
A polícia acrecentou que foram roubadas 323 viaturas e furtados 457 motociclos, entre outros bens .
Os dados apresentados nesta semana resultam da denominada “Operação Reforço”, durante aqual a corporação afirma ter realizado patrulhamentos “ostensivos e de baixa visibilidade” nos bairros críticos dos subúrbios de Luanda.
Analistas alertam para a falta de políticas
A PN associa alguns crimes de roubo e furto “à proliferação de mercados informais para o comércio de artigos de segunda mão”.
Entretanto, o psicólogo Carlinhos Zassala aponta “a impunidade e a falta de programas de reeducação nas cadeias que permitam a reinserção dos ex-reclusos no mercado de trabalho, como sendo uma das causas do aumento exponencial da criminalidade nas grandes cidades angolanas”.
O responsável da organiação Friends of Angola, Rafael Morais, também defende que o Governo “tem de adoptar políticas de reinserção social para se evitar que os ex-condenados se tornem reincidentes”, mas também aponta “o desemprego que campeia no seio da juventude angolana".
A operação, segundo a PN, resultou na detenção de 374 suspeitos, sendo 165 em flagrante delito, e na apreensão de 20 armas de fogo e seis viaturas, entre outros produtos.