O presidente da Associação Moçambicana de Juízes Carlos Mondlane diz que nos últimos anos, o crime organizado tentou capturar o Estado, através de atentados contra os magistrados.
Os casos mais recentes e mediáticos de homicídio de operadores de justiça são, nomeadamente, de Giles Cistac, Marcelino Vilanculos e Carlos Silia, constituindo uma crescente insegurança para a integridade física dos magistrados.
"A magistratura foi atacada através desses assassinatos e o crime organizado tentou capturar o Estado", sublinhou Carlos Mondlane.
Por seu lado, a presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, Alice Mabota, também diz-se muito preocupada com a insegurança não só dos magistrados, como também de todos os cidadãos que vivem em Moçambique.
Mabota afirma que "crimes hediondos como assassinatos e raptos ocorrem em plena luz do dia e a acção policial está cada vez mais marcada por práticas de anarquia, indisciplina, corrupção e ausência total de ética profissional".
O jurista Dinis de Sousa considera preocupante a questão do crime organizado, mas entende também que não se deve analisar apenas a situação dos magistrados.
Entretanto, o ministro moçambicano da Justiça, Isaque Chande, afirma que o Governo tudo tem feito no sentido de garantir que a administração da justiça seja cada vez mais eficiente, através de um trabalho feito em coordenação com os agentes jurídicos e judiciários.