Ao contrário de outras situações de emergência e catástrofes, a Cruz Vermelha de Angola (CVA) diz estar sem fundos para ajudar no combate às consequências da pandemia do novo coronavírus.
Cortes no apoio de instituições internacionais, sobretudo no domínio financeiro, reduzem a sua prestação a uma mera mobilização de voluntários para as 18 províncias do país.
Enquanto isso, há cidadãos desesperados devido à escassez de meios de proteção face aos estragos da pandemia.
À saída de uma farmácia, o jovem Manuel diz que não conseguiu adquirir luvas, à semelhança de tantos outros cidadãos que circulam pela cidade de Benguela.
Um exemplo de que a procura suplanta a oferta em grande escala, daí que várias famílias recorram a adaptações, preferindo deixar algum dinheiro em casa de alfaiates.
’Andamos à procura, há uns dias, mas as farmácias não têm luvas, nem já o álcool. Esta máscara feita pelo alfaiate é reutilizável, podemos lavar e voltar a usar’’, sublinham munícipes.
Atenta a esta realidade, a Cruz Vermelha de Angola, que auxiliou o Estado no capítulo humanitário em momentos conturbados da história do país, assume que gostaria de estar a fazer mais do que a mobilização de voluntários para o combate ao covid-19.
O diretor nacional de programas e serviços da CVA, Baltazar Pedro, lamenta que os reflexos da redução nas doações internacionais coincidam com este momento de aflição.
‘’Como sabem, não temos fundos próprios, dependemos das doações de parceiros nacionais e internacionais. Estas doações reduziram significativamente, estamos parados, por isso mobilizamos apenas os voluntários para todas as província’’, assinala o director nacional.
Recorde-se que a anterior presidência de Isabel dos Santos foi criticada por má gestão.