A falta de canalização de água em muitos bairros periféricos da cidade do Lubango empurra muitas famílias a aglomerarem-se nos pontos de água existentes na busca do líquido precioso, violando assim uma das normas de prevençao do covid-19
Num momento em que se apela ao distanciamento social como um dos meios de prevenção contra a covid-19, a ausência de alternativas expõem muitas famílias em situação de risco.
Domingas Wandi, ganha o pão transportando água pela cabeça para algumas residências no bairro da Lalula sabe dos riscos que corre, mas diz não ter como fazer diferente.
“ Sabemos que estamos a correr riscos, mas não temos maneira”, disse.
“ Com as crianças que tenho para sustentar não tenho como fazer se nao meter-me no negócio da água”, afirmou
Nem o despertar pela madrugada livrou Delfina Benguela de enfrentar a enchente na fonte de água.
“ Às cinco da manhã já estamos aqui a busca de água para a casa e a única solução é a aqui na sonda” disse acrescentando não ter nem água canalizada nem tanque de água.
As dificuldades de acesso a água para muitas famílias em tempo de emergência se dá num momento em que a empresa provincial de água e saneamento diz ter definido um plano de contingência para o período, segundo a presidente do conselho de administração, Domingas Tchicusse.
“ Nós neste momento estamos com ma produção média de 21 metros cúbicos dia, mas o que é necessário para mantermos um fornecimento estável nós precisamos de cerca de 45 metros cúbicos de água dia e temos este défice”, afirmou
Fechar todas as fronteiras de acesso à província e garantir o confinamento local é a prioridade das autoridades da Huíla, face as medidas de prevenção contra o novo coronavírus.
“ Estamos a fazer tudo para preparar as condições de assistência sanitária sendo que já preparámos os centros de quarentena institucional” disse o governador da Huíla Luís Nunes que disse ter visitado os pontos fronteiriços da Chibemba nos Gambos e Quilengues, “cuja impressão foi positiva”.
“Mas ainda faremos mais esforços para melhorar as condições sendo que são pontos estratégicos de acesso a nossa província”, acrescentou
A comissão técnica local de combate a pandemia da covid-19, determinou ainda que os armazéns grossistas deverão abrir doravante apenas uma vez por semana, por constatar que estes se estavam a tornar em focos de aglomeração de pessoas em busca de bens de primeira necessidade, sendo que a abertura será reservada só para atender as lojas retalhistas.