Ao volante de carros amarelos, mais de dois mil homens procuram, nas ruas de São Tomé, formas de manter a sobrevivência das suas famílias.
Mas, nos últimos nove meses, a pandemia do novo coronavírus e as medidas de distanciamento social complicam a vida destes taxistas São-tomenses.
“Com esta pandemia, há uma redução do número de pessoas que andam nos táxis, e nós que trabalhamos por conta própria estamos praticamente falidos”, diz o taxista Honório Afonso.
As medidas de restrição decretadas pelo Governo prejudicam o rendimento dos taxistas face ao modelo de cobrança praticado no país.
“Nós aqui cobramos 10 dobras por pessoas que ocupam o carro e transportamos no mínimo 5 pessoas. Mas quando o Governo exige que transportemos apenas três passageiros, não temos lucro nenhum”, diz outro taxista entrevistado pela VOA.
O apoio prometido pelo Governo para compensar o prejuízo é insuficiente e irregular.
“Em nove meses de crise provocada pela pandemia da Covid-19, só recebemos duas vezes o valor de 1.150 dobras, correspondente a cerca de 50 dólares americanos; isto não dá para nada,“ diz outro taxista.
O analista Liberato Moniz considera que é altura de o Governo adotar medidas para disciplinar o funcionamento dos táxis em São Tomé e Príncipe. “O número de taxistas no país é exagerado e o Estado deve organizá-los”.
Para Moniz, uma boa parte desses taxistas deveria ser orientada para outras profissões.
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