Um grupo de famílias e crianças naturais do Uzbequistão, China, Afeganistão, Rússia e outros países deportadas dos Estados Unidos chegou na quinta-feira, 20, a São José, capital da Costa Rica, cujo Governo concordou em manter cidadãos de outros países em centros de detenção enquanto a Administração Trump prepara o seu envio para os respetivos países de origem.
Com a recepção desses 135 deportados, metade deles menores de idade, Costa Rica junta-se a uma lista crescente de países da América Latina que aceitaram servir de ponto de escala para os migrantes, enquanto Washington procura intensificar as deportações.
Também na quinta-feira, o Governo de Honduras facilitou a transferência de deportados dos EUA para a Venezuela com um voo proveniente voo da Baía de Guantánamo, em Cuba.
"Os migrantes que chegam à Costa Rica serão transportados de autocarro para uma unidade de detenção rural perto da fronteira com o Panamá, onde ficarão detidos até seis semanas e levados de volta para os seus países de origem", disse Omer Badilla, vice-ministro do Interior e da Polícia da Costa Rica.
O Governo dos EUA cobrirá os custos.
A Administração Trump chegou a um acordo com a Costa Rica durante a visita do secretário de Estado americano, Marco Rubio, no início deste mês, numa altura em que o Presidente americano pressiona os governos da região para ajudarem a facilitar as deportações.
Na quarta-feira, 19, o Presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, disse aos jornalistas que o seu Governo está a ajudar o seu “irmão economicamente poderoso do norte”.
Acordos semelhantes foram assinados com outros países latino-americanas, mas o conceito de utilização de países terceiros como escalas de deportação provocou fortes críticas por parte dos defensores dos direitos humanos.
Para além das condições de detenção na Costa Rica, as preocupações centram-se nas protecções internacionais para os requerentes de asilo e se estes deportados serão devidamente examinados antes de serem devolvidos aos seus países ou enviados para outro país.
O Panamá tornou-se nesta semana o primeiro país a aceitar 299 deportados de outras países, com o Governo a mantê-los em quartos de hotel vigiados pela polícia.
Cerca de um terço dos que se recusaram a regressar voluntariamente aos seus países foram enviados para um campo remoto na província de Darien, na fronteira com a Colômbia, enquanto os restantes aguardam voos comerciais de regresso à casa.
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