Em Moçambique, o Gabinete Central de Combate à Corrupção está a investigar denúncias de casos de corrupção na fronteira de Ressano Garcia. São actos de corrupção que, segundo a Procuradoria-Geral da República, estão a facilitar a acção dos que traficam moçambicanos para a África do Sul.
É a principal fronteira de Moçambique, mas é também a que mais preocupa, quando se fala em tráfico de seres humanos, como reconhece a chefe do Posto Administrativo de Ressano Garcia, Mónica Macheque.
Neste caso, os responsáveis do Posto Fronteiriço de Ressano Garcia dão a mão à palmatória. "Há tráfico humano, há migração ilegal e há funcionários que se deixam corromper e facilitam a travessia irregular de pessoas para território sul-africano", admite Lázaro Saraiva, chefe do Posto de Migração de Ressano Garcia. Ela adianta que o trabalho de levar pessoas ilegalmente para a África do Sul é feito sobretudo por indivíduos conhecidos por "mareyanas".
São jovens que não se importam de subornar os oficiais e agentes de migração e da polícia da fronteira, cortam a vedação e ajudam a colocar as vítimas em território sul-africano.
Na tentativa de pôr cobro a esses desmandos, o Gabinete Central de Combate à Corrupção já começou a investigar denúncias de casos de corrupção, na fronteira de Ressano Garcia, que se localiza a cerca de 90 quilómetros da cidade de Maputo.
Esses actos de corrupção, segundo a sub-Procuradora-Geral Adjunta Chefe de Maputo, Amabélia Chuquela, estão a tornar mais facilitado o trabalho dos traficantes de seres humanos.