O Centro de Integridade Pública (CIP) de Moçambique denuncia a corrupção na importação de combustíveis líquidos porque, diz, apesar da acentuada queda do preço do petróleo no mercado internacional, os moçambicanos continuam a pagar preços muito altos.
A importação de combustíveis líquidos está a cargo da Importadora Moçambicana de Petróleos (Imopetro), que beneficia de subsídios do Estado desde o ano de 2011.
Nessa altura, o preço do barril de petróleo andava à volta de 120 dólares.
O CIP, num recente estudo sobre os custos da corrupção para a economia moçambicana, refere que o preço do petróleo no mercado internacional tem vindo a registar uma queda assinalável, com o barril a cotar-se muito abaixo dos 80 dólares.
O estudo identifica cinco áreas com "casos gritantes de corrupção" envolvendo valores acima de 200 milhões de dólares cada, e uma dessas áreas é a da sobrefacturação na importação de combustíveis líquidos.
O Governo, sem assumir que existe ou não corrupção na importação de petróleo, aponta factores internos e externos, entre os quais os custos de transporte e o câmbio, que fazem com que se mantenham os preços de aquisição de combustíveis pelo consumidor.
Para o Governo, o contexto internacional é o que influencia mais a economia moçambicana, neste caso particular a importação de combustíveis líquidos.
Economistas dizem não entender a decisão da Imopetro de acrescentar na factura da importação do petróleo, um aspecto ligado à segurança-extra contra pirataria, o que, segundo o CIP, triplicou o custo dos combustíveis.
De acordo com o CIP, em 2014, a Imopetro, uma sociedade participada pelas distribuidoras licenciadas para operar no mercado moçambicano, assinou com um fornecedor internacional, um contrato de preço fixo, que se verificou custar o dobro do preço de mercado e resultou num custo extra de 300 milhões de dólares.
Ainda não foi possível obter a reacção da Imopetro.