A Coreia do Norte encerrou, na quarta-feira, 24, a sua embaixada em Angola, segundo uma nota de imprensa publicada pelo Ministério angolano das Relações Exteriores (MIREX).
Se há vários anos existia uma estreita cooperação entre os doís países, incluindo no campo militar, as ligações diminuíram de intensidade e, segundo analistas político, a embaixada em Luanda deixou de ter ineresse para Pyongyang a braços com grandes dificuldades económicas
A decisão unilateral das autoridades norte-coreanas não foi oficialmente justificada e coincidiu com a despedida do seu embaixador extraordinário e plenipotenciário, Jo Pyong Chol, junto do chefe da diplomacia angolana, Tete António.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores de Angola, Jo Pyong Chol afirmou que, “por decisão da sua capital, Pyongyang, a embaixada deste país asiático em Angola está encerrada e que o diplomata regressa ao seu país de origem”, ao fim de uma missão de cinco anos em Angola.
O especialista em relações internacionais Osvaldo Mboco admite que o encerramento da representação diplomática norte-coreana se deve ao fato de, “para Coreia do Norte, Angola já não ser um país tão determinante dentro da sua estratégia de política externa”.
Mboco também considera que a decisão não deve ser entendida como o corte das relações diplomáticas entre os dois países por não existir qualquer “irritante” conhecido que possa justificar tal cenário.
“Tem muito a ver também com o redimensionamento financeiro”, sustenta aquele especialista que afirma que, na sequência da decisão, os interesses norte-coreanos venham a ser representados por diplomatas destacados num país mais próximo de Angola.
Tal como Mboco, o também especialista em assuntos internacionais Sebastião Vinte e Cinco entende não haver outras razões para a decisão.
“ Tem muito a ver com a contenção das despesas e por não haver grandes trocas comerciais entre os dois Estados. É um exemplo que muitos Estados africanos deviam seguir”, diz.
Longa amizade
As relações entre Angola e a Coreia do Norte datam desde a independência de Angola a 11 de Novembro de 1975 e os dois países, agora, cooperam nos domínios da saúde, construção e informação tecnológica.
Informações disponíveis estimam que 3 mil soldados e milhares de conselheiros militares norte-coreanos forneceram ajuda ao Governo angolano após a independência na lutar contra o então regime de Apartheid sul-africano.
Em 1986, 1.500 militares norte-coreanos operavam em Angola.
Também na área da saúde havia em Angola, até 2008, cerca de 180 médicos norte-coreanos espalhados por território nacional.
Em Luanda, o Memorial António Agostinho Neto e o Memorial da Batalha de Cuito Cuanavale foram construídos por especialistas norte-coreanos.
Agora, as relações entre Pyongyang e Luanda se resumem às áreas política, económica, militar e informática.
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