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COP26: Presidente são-tomense pede acesso a fundos para combate às mudanças climáticas


Carlos Vila Nova, Presidente de São Tomé e Príncipe, intervém na Conferência do Clima COP26, em Glasgow, 2 de Novembro de 2021
Carlos Vila Nova, Presidente de São Tomé e Príncipe, intervém na Conferência do Clima COP26, em Glasgow, 2 de Novembro de 2021

Carlos Vila Nova diz que se os países ricos não cumprirem as suas promessas todos vão perder

O Presidente são-tomense defendeu nesta terça-feira, 2, uma maior facilidade no acesso aos fundos internacionais para fazer face aos efeitos das alterações climáticas no seu país.

Ao intervir na Conferência do Clima COP26, que decorre desde ontem em Glasgow, Carlos Vila Nova considerou que, se os países ricos não cumprirem a promessa de ajudar os mais pobres a combaterem os fenómenos que estão na origem das alterações climáticas, todos sairão a perder.

“São Tomé e Príncipe tem visto pouco progresso na adaptação às alterações climáticas. Para isso, ainda precisa de um apoio forte e urgente para continuar a construir a resiliência das comunidades mais vulneráveis”, disse Vila Nova, revelando que o país tem uma estratégia de transição para as energias renováveis e uma economia azul, mas não tem “os meios para implementá-la e estamos numa corrida contra o tempo”.

O Chefe de Estado são-tomense considerou que, sem acesso aos fundos para por em marcha os programas de defesa e preservação do ambiente, nada será feito e, por isso, deixou um alerta aos Governos dos Estados mais vulneráveis e às Nações Unidas.

“Os Governos, os agentes administrativos dos países pobres, têm que se apropriar dos procedimentos, se não, não conseguimos ter acesso aos fundos. E por seu lado as nações unidas devem manter uma aproximação para que os países pobres possam perceber quais são os procedimentos dos parceiros que disponibilizam os recursos financeiros. Só assim vamos ultrapassar as barreiras para ter acesso aos financiamentos”, defendeu Vila Nova, salientando outro aspecto que considera imprescindível neste combate às alterações climáticas.

“Ao não se cumprir grande parte das promessas feitas pelos países com mais recursos financeiros, estaremos a comprometer a execução do programa a nível global e a prejudicar a nós todos”, disse o Presidente são-tomense.

Antes, em entrevista à VOA, Carlos Vila Nova manifestou muita preocupação face aos efeitos das alterações climáticas resultantes da degradação ambiental no seu país.

“Hoje consta que perdemos quatro por cento do nosso espaço terrestre, de 1001 quilómetros quadrados passamos a cerca de 960 quilómetros quadrados, devido à forma como temos estado a lidar com o ambiente”, disse Vila Nova, lembrando que na ilha do Príncipe tem-se feito “um melhor trabalho” com vista à preservação do ambiente do que na Ilha São Tomé, “talvez devido à sua pequenez”.

A Conferencia das Nações Unidas sobre alterações climáticas prossegue em Glasgow, na Escócia, até o próximo dia 12 de Novembro.

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